Aumento do preço da gasolina e do óleo diesel, greve dos caminhoneiros, correria aos postos de combustível, aumento dos preços dos alimentos, paralisação dos ônibus, greve dos petroleiros. Esse é o resultado da política desastrada do atual governo golpista no Brasil.
Tudo começou em 2014. Na campanha política os candidatos Aécio Neves e Marina Silva prometiam liberar o preço da gasolina se eleitos. Com isso, o preço da gasolina seria reajustado conforme os preços internacionais, que variam conforme o dólar. A Dilma rejeitava equiparar preço da gasolina ao mercado internacional e mantinha o controle dos preços para não onerar a população.
O Temer (MDB) e toda a sua quadrilha estão fazendo exatamente o que o Aécio (PSDB) queria. E o resultado é aumento semanal dos combustíveis.
No governo Dilma, a gasolina estava ao preço de R$ 2,69. Agora está em quase R$ 5 em Manaus e chega a R$ 8 e R$ 10 no interior do Estado. O gás de cozinha estava em R$ 43,00. Hoje chega à R$ 80,00, em alguns lugares.
Os trabalhadores da Petrobrás estão realizando uma paralisação de 72 horas, a partir do dia 29 de maio. Eles denunciam o seguinte: a nova direção da Petrobrás, por ordens do Temer, reduziu a produção de combustíveis nas refinarias do país, que estão operando em menos de 70% de sua capacidade.
Nos últimos dois anos, o Governo começou a vender grande parte do petróleo cru para os estrangeiros e depois comprava os combustíveis. Ou seja, aumentaram as importações, que são pagas em dólar. O número de importadoras de derivados quadruplicou nos últimos dois anos. Um quarto de todo combustível comercializado no país vem de fora, em vez de ser produzido aqui no Brasil. Por isso, o aumento constante do combustível.
A Petrobrás nunca precisou flutuar os preços de combustíveis ao sabor do vento do mercado externo. Tínhamos regulamentação estatal para esses valores. Temer acabou com isso, deixando os preços oscilarem de acordo com as variações internacionais. Isso beneficia os acionistas e o mercado especulativo, prejudicando os consumidores.
Além disso, essa política do governo Temer gera empregos fora do Brasil, enquanto aqui no país temos quase 14 milhões de pessoas desempregadas. No governo Lula e Dilma foram gerados 22 milhões de empregos, e a Petrobrás realizou os maiores investimentos descobrindo o Pré-sal, a maior reserva de petróleo do mundo. Mas o Temer entregou a exploração do Pré-sal para os estrangeiros e ainda aprovando uma isenção de R$ 1 trilhão em impostos.
Os caminhoneiros fizeram uma paralisação de vários dias. Ainda não resolvido totalmente. Protestavam contra o aumento do diesel e queriam redução do preço e dos impostos. O Temer prometeu reduzir os tributos federais. Mas isso não resolve, pois enquanto a direção da Petrobrás manter essa política de preços internacionais, nada vai mudar. Os preços continuaram altos.
Mas a greve dos caminhoneiros não foi uma greve. Foi um locaute articulado mais pelos empresários do que pelos trabalhadores, criando um caos no país, com o desabastecimento dos postos de combustíveis, bem como de alimentos em muitas cidades.
Greve é quando os trabalhadores param de suas atividades para reivindicar os seus direitos. Locaute é quando os empresários forjam uma greve, usando os trabalhadores para reivindicar em nome deles os pleitos empresariais. Cerca de 70% da frota de caminhões pertence às empresas e transportadoras. É esse segmento que estava parado e não os 30% de caminhoneiros autônomos. Os caminhões que abastecem os postos pertencem apenas às empresas.
Foi uma verdadeira correria aos postos de combustível. Alguns empresários aproveitaram para aumentar ainda mais os preços. Tudo para lucrar mais. Nas feiras e supermercados os preços de vários alimentos aumentaram até 133%. Boa parte dos alimentos não é produzido no Amazonas. Vem de outros estados.
O que está por trás de tudo isso é a intenção de privatizar a Petrobrás. O aumento dos preços dos combustíveis aumenta os lucros dos acionistas e torna mais atrativo para investidores estrangeiros.
Várias refinarias já foram colocadas à venda. É o desmonte da maior empresa brasileira e estratégica para o desenvolvimento do país.
Os grandes meios de comunicação, todos aqueles que apoiaram o golpe e as medidas que tiraram direitos dos trabalhadores, aproveitam para alardear mais ainda a crise, criando clima para uma intervenção militar ou eleição indireta. Teve faixas pedindo a volta do regime militar. O que talvez não saibam, é que no regime ditatorial, não se permite manifestações e não há direitos.
Talvez o que eles querem é impedir as eleições de 2018. Pois os golpistas não tem candidato para ganhar a eleição. O Lula está em primeiro lugar. A última pesquisa mostra Lula com 39% e o somatório de todos os candidatos não chega a 30%. E eles sabem que Lula voltando, ele acaba com essa farra e o preço dos combustíveis vai cair e o emprego aumentar no país. Por isso a elite do país, comandado pelo Judiciário, mantém o Lula preso. Ele é um preso político. O povo quer o Lula de volta!
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
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A crise é resultado da roubalheira do PT na Petrobras. Simples assim!!