MANAUS – O prefeito de Iranduba (a 24 quilômetros de Manaus), Xinaik Medeiros (sem partido), foi cassado, na última quarta-feira, 24, à unanimidade, pela Câmara Municipal da localidade. Dez dos 13 vereadores compareceram à votação, precedida pela leitura do relatório da comissão formada para avaliar os pedidos de cassação contra o político. O político, que está preso acusado de vários crimes, tem 120 dias para recorrer da decisão.
Membros de um movimento popular que elaborou um dos pedidos de cassação informou que os advogados de defesa do prefeito não compareceram à sessão ordinária, que começou com duas horas de atraso.
Uma advogada foi acionada para acompanhar a votação. Os outros três vereadores que deixaram de comparecer, assim como o prefeito, estão presos acusados de fazer parte de esquemas criminosos de desvio de verbas públicas.
A prisão de Xinaik Medeiros foi decretada em novembro do ano passado, durante a operação Cauxi, deflagrada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público do Estado, em Iranduba, a partir de investigação que apontou desvio de recursos públicos, incluindo municipais, estaduais e federais, que chegavam a R$ 56 milhões.
Na ocasião também foram presos parte do secretariado do prefeito, incluindo a irmã do chefe do executivo. Alguns deles apareceram em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, comentando gastos pessoais do prefeito, como a aquisição de uma casa no valor de R$ 1 milhão para a filha dele, em Manaus. Xinaik foi substituído interinamente pela vice-prefeita de Iranduba, Maria Madalena de Jesus (PSDB).
Ele é acusado de vários crimes, entre eles corrupção passiva, concussão, fraudes licitatórias, peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.