Presidente do diretório municipal do PT afirma que aliança com o PMDB não obriga os membros do partido a apoiarem Eduardo Braga
MANAUS – O PT no Amazonas está dividido entre as candidaturas ao governo do Estado do senador Eduardo Braga (PMDB) e do governador José Melo (Pros), que concorre à reeleição. Oficialmente, o PT formalizou aliança com o PMDB, mas nem todos os membros seguem o que foi decidido pelos delegados no dia 17 de maio passado. No evento desta terça-feira, na zona oeste de Manaus, em que o governador José Melo entregou a prefeitos do interior do estado equipamentos e veículos para a área da saúde, estava o presidente do diretório municipal do PT, Vital Melo.
Candidato do PT a vice-prefeito de Manaus na chapa de Vanessa Grazziotin (PCdoB) em 2012, com o apoio de Eduardo Braga, Vital Melo decidiu se rebelar contra a decisão do partido este ano. “Eu sempre estiva com o governador José Melo”, disse ao ser questionado sobre a decisão do PT. Ele disse que a decisão dos delegados para apoiar a candidatura de Eduardo Braga não pode ser imposta a todos os seus membros, “senão seria uma ditadura”, afirma.
Vital Melo lembrou que o PT havia decidido antes da convenção do dia 17 que o apoio ao PMDB teria como contrapartida a candidatura do PT ou a vice-governador ou ao Senado. “Não temos nenhuma coisa nem outra”. Ele reclama que com Braga o PT no Amazonas não ganha absolutamente nada, o que o deixa livre para apoiar outro candidato.
O secretário de Articulação de Políticas Públicas aos Movimentos Sociais e Populares, Zeca do PT, também está com o governador José Melo e não vai seguir a decisão da maioria. O grupo dele no PT, “Partido de Luta de Massas”, votou contra a aliança com Braga, e bateu o pé depois da decisão e resolveu ficar no governo.
Outro argumento usado por Vital Melo para ficar com o governador José Melo é que o Pros faz parte da base de apoio à presidente Dilma Rousseff, e que esse apoio no Estado não atrapalharia a estratégia do PT para reeleger a presidente.
Essa tese de Vital Melo, no entanto, só se sustenta se o governador não aceitar formar o palanque de Aécio Neves (PSDB) no Amazonas.