Que estamos vivendo tempos difíceis, isso todo mundo já percebeu, consequência de algo inesperado e invisível, mas que tem nome COVID-19. O estranho vírus está forçando uma mudança dramática no comportamento das pessoas e na adaptação a novos hábitos, como permanecer em casa por longo tempo, fato que não está sendo muito receptivo nos lares brasileiros.
Infelizmente muitos problemas sugiram ou se agravaram, devido ao enclausuramento determinado por alguns Decretos Governamentais, os quais além do isolamento social ou a quarentena, determinaram o fechamento das atividades econômicas não essenciais, resultando assim, no aumentos do desemprego no país.
Algumas mulheres que já sofriam violência doméstica, ao ficarem em casa durante o período de isolamento social com seus agressores, muitas das vezes desempregados, sentiram na pele uma gradativa alteração comportamental, é o que diz o relatório divulgado recentemente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o qual revela que nos meses de março e abril, o número de feminicídios subiu de 117 para 143, ainda segundo o relatório, o Estado em que se observa o agravamento mais crítico é o Acre, onde o aumento foi de 300%., na região, o total de casos passou de 1 para 4 ao longo do bimestre.
Também tiveram destaque negativo o Maranhão, com variação de 6 para 16 vítimas (166,7%), e Mato Grosso, que iniciou o bimestre com seis vítimas e o encerrou com 15 (150%). Os números caíram em apenas três estados: Espírito Santo (-50%), Rio de Janeiro (-55,6%) e Minas Gerais (-22,7%). (Agência Brasil)
Em Manaus, as três Delegacias Especializadas em Crimes Contra a Mulher, que atendem vítimas de violência doméstica, já realizaram 3.210 atendimentos só nos dois primeiros meses do ano 2020. Além dos registros, as delegacias também já efetuaram 103 prisões e 1.327 pedidos de medidas protetivas encaminhadas à justiça.
Com o estado de isolamento social, as mulheres vítimas de violência acabam tendo o acesso a sua rede de apoio prejudicado, em virtude das medidas de quarentena, além de ter de conviver com o agressor, muitas delas também não sabem para onde correr, quando decidem romper o ciclo de violência, que pode ser física, psicológica, moral, patrimonial e sexual.
Não podemos deixar avançar essa prática criminosa em nossa sociedade, precisamos incentivar as vítimas a denunciarem pelos canais direito: número 180, serviço de informações e denúncia da Central de Atendimento à Mulher funciona 24h por dia e garante o anonimato da vítima e em casos de emergência ligar para a polícia no número 190 ou procurar uma das três Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs).
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