Da Redação, com informações da Semcom
MANAUS – Nove drogarias que funcionavam de forma irregular nas zonas norte e leste da Manaus foram interditadas pela Vigilância Sanitária do município, a Visa Manaus, durante ação de fiscalização encerrada na quinta-feira, 21.
Todas atuavam de forma clandestina, sem registro junto ao
CRF-AM (Conselho Regional de Farmácia do Amazonas) e sem licença sanitária e, algumas delas, sem qualquer documento de regularidade emitido pelos órgãos de controle do comércio.
O trabalho foi realizado em parceria com o CRF-AM e, de acordo com a diretora da Visa Manaus, Maria do Carmo Leão, faz parte das ações elaboradas pelos dois órgãos com o objetivo de coibir a clandestinidade e o descumprimento das normas de qualidade no setor farmacêutico.
Dezessete drogarias foram alvo da ação, que também contou com o apoio da Polícia Militar.
A fiscal da Gerência de Vigilância de Produtos da Visa Manaus, farmacêutica Luciana Don, disse que além da ausência de autorizações de funcionamento, as drogarias cometiam outras infrações, incluindo a venda de medicamentos de uso controlado sem autorização, o fracionamento irregular e a venda de produtos, como xaropes e pomadas, sem procedência ou com rotulagem suspeita.
Os fiscais também identificaram que parte das drogarias inspecionadas fazia aplicação de medicamentos injetáveis sem responsável técnico, em ambiente impróprio e sem autorização prévia dos órgãos sanitários e, ainda, que mantinha medicamentos com validade vencida sem indicação de descarte apropriado.
“O não cumprimento das normas sanitárias em drogarias gera riscos graves à saúde da população”, afirmou Luciana Don. Ela disse que entre os problemas decorrentes dessa prática estão o uso de produtos ineficazes ou, no pior dos casos, que irão trazer danos à saúde dos pacientes.
A farmacêutica citou também a resistência das bactérias, considerada atualmente um problema mundial, agravado pelo uso indiscriminado de antibióticos.
“Se a drogaria vende antibióticos sem receita médica, ela contribui para a automedicação e para a resistência antimicrobiana”, disse. A ineficácia desse tipo de medicamento dificulta o tratamento de um número cada vez maior de infecções, incluindo pneumonia e tuberculose, dentre outras.
Mapeamento
As drogarias visitadas durante a operação conjunta foram mapeadas previamente pelo CRF-AM. “São drogarias com histórico de irregularidades e que já esgotaram todos os prazos para regularização”, informou a fiscal do Conselho, Daiane Freitas.
A fiscal destacou que algumas situações dificultam a fiscalização. Quatro das drogarias que deveriam ser inspecionadas na ação, por exemplo, fecharam as portas ao identificar a presença dos fiscais na área. “Nestes casos, fizemos o registro e retornaremos em outra data até que o estabelecimento seja inspecionado”.
Daiane acrescentou que as mudanças de propriedade ou de endereço também geram dificuldade para os fiscais. “É muito comum que mudem de lugar e reabram em local próximo do anterior ou que repassem o negócio irregular para outro proprietário, fugindo das exigências legais e retardando o processo de regularização”.
Do total de drogarias visitadas, apenas duas já estavam em processo de regularização e por isso não precisaram de interdição. Outras duas já haviam encerrado as atividades.
Fechadas
As unidades interditadas pela Visa Manaus não podem ser abertas até a regularização das pendências. Os responsáveis têm até 72 horas para comparecer à Visa Manaus e cinco dias para procurar o CRF-AM e apresentar defesa e solicitação de prazo para adequação. “Até que isso ocorra, as drogarias têm que permanecer fechadas”, explicou a fiscal.
Além do auto de infração por descumprimento da legislação, as drogarias poderão ser multadas pela Visa Manaus. As multas por infração sanitária variam de 1 a 400 UFMs (Unidade Fiscal do Município, no valor de R$ 105,40).