Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – Vereadores de Manaus criticaram, na sessão desta terça-feira (13), o que chamaram de “descrédito” do Poder Judiciário brasileiro. Eles usaram os termos “sem-vergonhice”, “espírito de vingança” e “falta de respeito” para atacar a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que cassou o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
“Está crescendo a questão do descrédito – e a gente vê isso na rede (redes sociais) – no que diz respeito ao nosso Judiciário. Um Judiciário sem Justiça. Ou parece que nós estamos virando um país sem lei”, disse Marcel Alexandre (Avante), ao iniciar as críticas contra o Poder Judiciário endossadas pelos vereadores Kennedy Marques (PMN) e Fransuá (PV).
O vereador do Avante iniciou as críticas da seguinte forma: “Eu gostaria de ter um posicionamento desta Casa para o fato de que parece que a Justiça tirou a venda dos olhos e passou a observar queridos e não queridos, desejados e indesejados, e esqueceu-se da imparcialidade. Isso vai ter consequência drásticas”, disse o parlamentar.
Para Marcel Alexandre, a cassação de mandato deve ter justificativa, não ocorrer por “alguma coisa que parece uma composição de intenções”. “Cata-se motivos e pega-se esses motivos… No caso dele [Deltan Dallagnol], saiu de um cargo, de uma função, renunciou para… dizem, fazem uma presunção de que ele fugiu de um processo administrativo”, disse o vereador.
Kennedy Marques disse que “parece que nasceu um espírito de vingança” contra parlamentares de Direita e que isso também o preocupa. “Isso me deixa muito preocupado. Nós, aqui nesse parlamento, podemos nos posicionar. É importante porque aquele que acha que não vai chegar aqui na velocidade, no ritmo que está, está muito enganado”, disse Marques.
O vereador reclamou da “falta de respeito” e disse que antes “o cara fazia as sem-vergonhices dele e disfarçava”, mas “hoje ninguém está disfarçando mais”. “Estão sobrepondo os poderes e isso não é aceitável. O nosso país tem muitas coisas erradas nas leis, no comportamento político, mas enquanto houver respeito e separação dos poderes, tudo bem”, disse Marques.
Fransuá fez o seguinte questionamento: “Será que dá pra confiar na Justiça?”. Ele estendeu os comentários à Câmara Federal que, segundo ele, “era a única esperança de reparar essa injustiça”, mas ratificou a decisão do TSE. “Isso tudo entristece. Infelizmente, a gente não tem um horizonte de esperança em relação a nossa justiça”, afirmou.
Marcel também criticou os deputados federais. Ele os comparou a Poncio Pilatos, o governador da Judéia que não viu motivos para condenar Jesus, mas mandou flagelá-lo por insistência dos sacerdotes judeus. Deputados se manifestaram contra a medida, mas disseram que a Câmara não tinha competência para “se envolver com outro Poder”.
Ao defender o respeito entre os poderes, Kennedy Marques declarou: “Em todo lugar, na política, ninguém é anjo, ninguém é puro, mas deve existir respeito e separação dos poderes. Isso aconteceu ao longo de muitos anos. Houve brigas, os interesses partidários, pessoais e financeiros, mas todo mundo respeitou os seus espaços”, afirmou.
Fransuá reclamou de censura pela Justiça. “Se você falar mal, se colocar palavras mais duras em relação a isso, é capaz de você ser punido com regulamentos próprios do STF”, disse Fransuá. “Muitas outras coisas vão acontecer. Ao que parece, o próximo é o Moro, estão fazendo o cerco. E depois a prisão do Bolsonaro ou torná-lo inelegível”, completou o vereador.
Ao mesmo tempo em que defendeu o respeito à vontade popular nas urnas, Marcel Alexandre afirmou não acreditar na segurança delas. Com ironia, ele disse: “As urnas não podem ser auditadas, são ‘santas urnas’. Nossas urnas tem áurea (sic) [auréola] na cabeça, as nossas santas urnas não vão errar. Eu não acredito nisso”, afirmou o vereador.
O vereador do Avante encerrou as discussões dizendo que sente saudade de juízes com respeito. “Eu sinto saudade de saber que tem juiz fulano de tal e a gente ter o maior respeito, saber que aquela pessoa tem uma investidura absurda. ‘Olha o fulano é membro da nossa Suprema Corte’ e você ‘uau’. Não está mais assim. Estão pondo dúvidas”, disse o vereador.
O parlamentar também pediu que a Justiça “volte a usar” vendas nos olhos, uma alusão à imparcialidade que ele enxerga no Poder Judiciário. “Eu gostaria que a justiça voltasse a usar a venda, que ela não escolhesse, que ela não estivesse lado. Talvez seja querer de mais, mas com esforço a gente pode ter aquilo que é benção para a nossa nação”, disse Marcel.
Incrível a revolta desses parlamentares , quando o STF tirou as cotas da UEA dos estudantes do Amazonas, a quem eles realmente devem defender, esses povo falou alguma coisa ? Se manifestaram ?
Boa noite!
Só acho que os vereadores da cidade de Manaus estão sem o que fazer, deveriam está fiscalizando as falcatruas e os serviços de péssima qualidade da gestão do prefeito David Almeida, se é que posso chamá-lo de gestor. Como não fazem nada, ocupam do tempo na câmara pra falar de um assunto de responsabilidade do congresso federal.
Vão procurar fazer algo útil pra cidade de Manaus, bando de vermes!
Figuras folclóricas esses três.