Da Redação
MANAUS – A inclusão do Amazonas no calendário da campanha de vacinação contra a febre amarela é normal, diz o médico Bernardino Albuquerque, presidente da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde). “Isso não é motivo para preocupação”, afirmou. Conforme Bernardino, o Ministério da Saúde (MS) sempre inseriu a imunização contra a doença no calendário vacinal do Amazonas, uma vez que o Estado é considerado área endêmica para a doença, por conta da circulação do vírus silvestre em locais de floresta.
No Amazonas, há ocorrência esporádica de casos da doença em pessoas não vacinadas que entram em áreas de floresta, onde o vírus circula. “O Amazonas, assim como todos os Estados da Amazônia e da região Centro-Oeste, sempre foi considerado área de transmissão da febre amarela silvestre. A vacinação, portanto, é uma recomendação antiga e, até por conta disso, temos uma cobertura vacinal muito boa. O que é realmente novo nessa lista divulgada pelo ministério é a inclusão de alguns Estados do Sudeste que hoje estão em situação de risco”, disse.
Albuquerque ressaltou que as pessoas não vacinadas e que irão para área rural ou de floresta devem tomar a vacina pelo menos 10 dias antes da viagem. “Para entrar nestas áreas, é importante que as pessoas sejam vacinadas. É preciso ser vacinado dez dias antes, porque a vacina só tem validade, só dá proteção, depois desse período. É importante ter esta rotina”, disse. A dose da vacina de febre amarela é considerada única, ou seja, protege a pessoa para toda a vida.
Cobertura vacinal
Nos últimos quatro anos, apenas cinco casos de febre amarela foram confirmados no Amazonas e todos registrados nas zonas rurais, já que, no estado, o vírus circula apenas em área silvestre.
O número pequeno de casos no Amazonas, segundo o secretário estadual de Saúde, Francisco Deodato, deve-se a alta cobertura vacinal do estado, que é acima de 80% da população. Nos últimos 20 anos, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a considerar que uma dose única da vacina é válida para imunizar a pessoa por toda a vida, mais de 7 milhões de doses foram aplicadas em postos de saúde do Amazonas.
Os sintomas iniciais da doença são febre alta, calafrios, dor de cabeça intensa, dor muscular, náuseas e vômito. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período (de horas a um dia) sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença, caracterizada por febre alta, icterícia (coloração amarela da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença.