Da Redação
MANAUS – O médico urologista Marco Lipay alerta para os riscos de depilar ao escroto e púbis. O especialista afirma que não são incomuns visitas ao consultório dele por questões referentes a lesões no pênis e região pubiana relacionadas ao hábito da depilação.
O urologista lembra que os pelos não nascem nestas regiões do corpo por mero capricho da natureza e a manifestação ocorre na puberdade.
“A puberdade é a fase de transformação do menino em homem que começa por volta dos 12 anos de idade e é desencadeada por ação da testosterona [hormônio masculino]. Nesta fase observa-se a mudança na voz, aumento de tamanho do pênis, testículos, próstata e vesículas seminais, além do desenvolvimento de músculos, ossos e o aparecimento de pelos na face, axilas, púbis e escroto”, disse.
Marco Lipay explica que os pelos da região genital masculina têm como função indicar a maturidade sexual, reter o suor da transpiração, promover o prazer sexual pelo atrito promovido entre os genitais, proteger a pele durante a fricção do caminhar e do ato sexual, além de manter o microambiente saudável. “Pode-se mencionar, também, que os pelos ao redor dos genitais evitam infecções sexualmente transmissíveis e outras doenças dermatológicas”, acrescentou.
De acordo com o urologista, a depilação é um ato, muitas vezes, realizado com máquinas ou lâminas que podem resultar desde a mudança do microambiente até promover traumas que levam a irritações, lesões de pele e/ou da mucosa da glande peniana.
“Os ferimentos podem manifestar-se após alguns dias da depilação realizada. As lesões traumáticas são mais comuns no pênis em razão do crescimento dos pelos do púbis e escroto, que funcionam como ‘escovas’ ou ‘lixas’ dos tecidos periféricos, devido às suas características de serem mais duros e curtos, semelhante a uma ‘barba por fazer’. A maciez dos fios só será alcançada quando estes estiverem mais longos e volumosos”, informou.
O médico afirma que os pelos pubianos são normais e a quantidade na região pubiana varia de pessoa para pessoa. “Não há um padrão para a quantidade, a espessura ou a área que os pelos pubianos cobrem”, disse.
Lipay esclarece que a não remoção dos pelos pubianos não é um ato de falta de higiene, desde que a área seja tratada da mesma forma que as outras partes do corpo. “Os pelos fazem parte da anatomia humana e têm função conhecida. A depilação total ou parcial dos pelos pubianos é uma decisão pessoal e tem seus riscos”, alertou.