Da Redação
MANAUS – A Ufam (Universidade Federal do Amazonas) propõe a criação do Distrito Industrial de Cooperativas Indígenas. Elaborado pela Pró-reitoria de Extensão (Proext), o projeto propõe desenvolver o extrativismo entre as alternativas de diversificação econômica no Estado.
Idealizador do projeto, o pró-reitor João Ricardo Bessa Freire, diz que foi priorizada a indústria de montagem em detrimento das atividades extrativistas. Hoje esse modelo se encontra em processo de falência. “Basta lembrar que entre os objetivos da Zona Franca estavam a diminuição das desigualdades econômicas e sociais entre a capital e o interior e fixar as populações na Zona Rural para que os vazios demográficos fossem ocupados, mas depois de mais de 50 anos de existência percebemos que aconteceu justamente o contrário”, disse.
Bessa Freire diz que o núcleo extrativista seria batizado de ‘Nipe tirã Wahpata se’, que na linguagem tucana significa ‘todos ganham’.
O mini distrito foi projetado como nove pequenas fábricas de produção de bens de transformação de matéria-prima regional com projeção de 1,5 mil empregos diretos e 300 indiretos. As unidades terão formato de galpões que abrigarão mais 14 fábricas de extração e beneficiamento de madeira; extração e lapidação de granito; extração de óleos vegetais; produção de vassouras de piaçava; produção de sucos de frutas, entre outras. O modelo poderá ser reproduzido em outros municípios do Amazonas, de acordo com suas vocações naturais.
“O que se defende não é a destruição da Zona Franca de Manaus, mas a transformação do modelo econômico de monocultura prevalecente, cuja fragilidade impõe insegurança em vários aspectos como o jurídico, o financeiro e o social, não apenas para a comunidade local, mas para os que para cá vieram”, disse Bessa Freire. O projeto está em exibição pública na sede da Reitoria da Ufam, na zona centro-sul de Manaus.