Da Redação
MANAUS – Aproximadamente 3 mil ovos de tracajá (Podocnemis unifilis) foram coletados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Igapó-Açu, nos municípios de Borba e Careiro Castanho, no Amazonas. A meta é proteger 10 mil ovos depositados nas praias da reserva neste ano em monitoramento ambiental realizado pela Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente). Esse trabalho é feito há dez anos na reserva e de forma voluntária por moradores.
Nas duas primeiras coletas, moradores das comunidades Nova Geração do Igapó Açu e São Sebastião do Igapó Açu, acompanhados de técnicos ambientais, realizaram a coleta dos ovos depositados nas praias, que ficam entre seis e nove horas de viagem das comunidades. As equipes realizam ainda a biometria dos ovos, checando o comprimento, largura e peso. Quando os filhotes atingem tamanho que permita a sobrevivência na natureza, são soltos nas praias.
“Os monitores ambientais, em sua grande maioria, são Agentes Ambientais Voluntários formados dentro da UC que nos apoiam em diversas atividades de conservação ambiental. Este momento de monitorar a biodiversidade é muito importante para quem vive na reserva, pois é quando todas as comunidades se unem em prol da preservação e conservação dos quelônios”, disse o técnico em Conservação da Sema, Diego Morgado.
Segundo o técnico Jefferson Moreira, 11 unidades de conservação estaduais realizam o trabalho de monitoramento de quelônios por meio do Programa de Monitoramento da Biodiversidade e do Uso Sustentável de Recursos Naturais (Probuc). “No último ciclo do programa, devolvemos à natureza mais de 304 mil quelônios nas UC que participam do programa. É um trabalho importante para garantir a preservação destas espécies, tão visadas para consumo e também para comercialização ilegal”, disse.
A reprodução do tracajá é uma atividade do Projeto Pé-de-Pincha, da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), com apoio do Ibama, Sema, Instituto NET Claro Embratel e Prefeitura de Careiro Castanho.