Da Redação
MANAUS – Trabalhadores da construção civil ameaçam paralisar as atividades até sexta-feira, 12, caso as empresas não paguem o salário de julho com reajuste de 5,8% referente à data-base. O índice é retroativo ao período de julho de 2018 a julho de 2019.
A greve foi decidida em assembleia geral na manhã desta terça-feira, 9, na sede do Sintracomec-Am (Sindicato dos Trabalhadores de Montagem e Indústria da Construção Civil do Amazonas), na zona oeste da capital.
Segundo o presidente do Sintracomec, Cícero Custódio – o vereador Sassá da Construção, a greve pode ser evitada através de negociação com o Sinduscom-AM (Sindicato Patronal). “Se quiser evitar (a greve) até sexta-feira dá tempo ainda. Mas nós queremos uma negociação justa”, disse.
Para Sassá da Construção, o reajuste de 5,8% é razoável. “Nós não estamos pedindo aumento de 15% ou 10%, nós estamos pedindo 5,8%”, afirma. Conforme o sindicalista, os salários variam entre R$ 1 mil e R$ 7 mil. “O salário mais baixo hoje da construção civil é de R$ 1.050,00 o mais alto chega em torno de R$ 6 ou R$ 7 mil. Esse aí é o trabalho só de carteira, mas sempre ele ganha um pouco a mais”, explica.
Segundo o manifesto da classe, os trabalhadores reivindicam ainda o cumprimento do CCT (Convenção Coletiva de Trabalho),que prevê a garantia de direitos como a permanência do vale-transporte, cesta básica, plano de saúde e outras pautas sociais.
“Hoje na nossa convenção, o trabalhador não paga o vale-transporte, ele tem direito a cesta básica, ele tem direito a não pagar a comida, tem que ter um self-service no canteiro de obras, tem direito a hora-extra sábado e domingo 100%, tem direito também todo mês, se ele não faltar, a uma cesta básica. Na nossa convenção. Na reforma trabalhista, que foi aprovada pelos deputados federais, acaba com tudo isso”, disse Sassá.
“Hoje tem mais de 30 mil trabalhadores que trabalham na construção civil só em Manaus”, disse. “Hoje nós temos em torno de 50 mil trabalhadores em geral, no município e no estado”, completa.
De acordo com o Sintracomec, o prazo que definiria as cláusulas da CCT foi até o último 2 de julho. “Diante da intransigência e da falta de sensibilidade dos patrões, que se negam a reajustar os salários e ameaçam retirar conquista dos trabalhadores, não restou outra alternativa senão paralisarmos as atividades nos canteiros de obra de Manaus e aguardar a decisão dos empresários”, declarou.
As paralisações deverão ocorrer em obras de todos os segmentos, conforme explica Sassá. “O patronal hoje tem obras no município, tem obras no governo, tem obras particulares. Nós vamos parar todas”, diz. “Nós vamos parar no Centro da cidade, vamos parar em frente ao sindicato patronal, vamos até o Ministério Público, vamos ao Ministério do Trabalho fazer uma carreata com os trabalhadores”, afirma.
(Colaborou Patrick Motta)