Da Redação
Manaus – Um pólo de desenvolvimento do Médio Solimões, Tefé é uma cidade reconhecida por muitas das suas qualidades, em especial, pela iniciativa de ações ambientais em torno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, a maior reserva florestal do Brasil dedicada exclusivamente à proteção da várzea amazônica.
Foi a primeira RDS implantada no país, cuja gestão é feita pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Com isso, o município atrai pesquisadores, estudantes e “ongueiros” do Brasil, de países vizinhos interessados em estudar na região amazônica e também de outros continentes, com prevalência de atuações na área ambiental.
O biólogo Guillermo Estupiñán, que atua com conservação de recursos pesqueiros e paisagens aquáticas do Wildlife Conservation Society, ressalta o valor da experiência de trabalho na região. “É um laboratório para pesquisas e desenvolvimento de protocolos e técnicas de manejo de recursos naturais e monitoramento construídos de forma participativa. Te dá uma grande bagagem para trabalhar em qualquer lugar”, diz.
Guillermo também traz boas lembranças da vida por lá. “Cidade agitada, com muita festa, feiras e mercados. A política de manejo de pirarucu também alcançou reconhecimento, e trouxe mudanças concretas para a comunidade local”, diz ele, que foi parar em Tefé para trabalhar com o manejo da pesca nas reservas de Mamirauá e Amanã, vizinhas.
Por ser uma RDS, uma das poucas formas de visitar a Reserva Mamirauá é por meio dos pacotes turísticos comercializados pela Pousada Flutuante Uacari, que é uma iniciativa do programa de turismo de base comunitária, pioneira no país. É uma pousada flutuante localizado no canal do lago de Mamirauá, a pousada tem 10 suítes e uma programação completa por atividades na Amazônia.
Entre os serviços, a pousada e o Instituto oferecem uma expedição para observação de onças. O recurso das expedições é usado para financiar o projeto de pesquisa científica que monitora os animais com colares de GPS, pelo qual os pesquisadores acompanham o deslocamento das onças na floresta. As próximas saídas estão programadas para junho desse ano.
A gestão da RDS Mamirauá não é realizada pelo Instituto Mamirauá e sim pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, o instituto é importante parceiro. A Pousada Uacari não é a única forma de visitar a RDS Mamirauá, existe uma Pousada comunitária chamada Pousada do Caboclo.