
Do ATUAL
MANAUS — Quatro pessoas foram presas nesta quinta-feira (21), suspeitas de participar do linchamento de um detento de 48 anos, acusado de estuprar e matar uma criança de 1 ano em Jutaí (a 750 quilômetros de Manaus. O crime ocorreu em setembro deste ano quando o homem foi retirado da delegacia, morto por espancamento e o corpo queimado. O ato foi filmado e transmitido nas redes sociais.
De acordo com o delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior, os presos foram identificados como Abraão Lopes Ferreira, de 32 anos; David Araújo Freitas, de 23; Mateus Soares Lopes, de 25; e uma mulher de 19 anos, mãe da criança assassinada.
“Entendemos a revolta da população em querer fazer justiça com as próprias mãos, mas isso não é permitido, nós vivemos em um estado democrático de direito. Atos como esse não podem ser tolerados […] estamos para proteger as pessoas, mas dentro da justiça, na forma da lei”, afirmou o delegado.
Na época do crime, a delegada Mariane Menezes relatou que os suspeitos se reuniram em frente à delegacia e começaram a incitar a população a invadir o local e retirar o detento do local. “Arrombaram a cela que ele estava [detento] e pegaram essa pessoa e trouxeram [para fora] e mataram a pauladas e depois carbonizaram aquele corpo numa fogueira. Foi um ato horrenda”, disse a delegada.
Ainda conforme a delegada, a mãe da criança participou diretamente do linchamento ao entrar na delegacia e agredir o suspeito com pedaço de pau. A criança havia desaparecido no dia 17 de setembro. Ela sumiu enquanto a família dormia em um flutuante no porto de Jutaí.
Ao saber que era investigado, o homem, que não teve a identidade divulgada, se apresentou espontaneamente à delegacia e confessou o crime.