Da Redação
MANAUS – A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) está criando um marco regulatório para dar segurança jurídica e atrair investimentos de empresas multinacionais em projetos de pesquisa no CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia).
A informação é do superintendente Alfredo Menezes, revelada em entrevista à reportagem do ATUAL na manhã desta segunda-feira, 30.
Criado em 2002 pelo Probem (Programa Brasileiro de Ecologia Molecular para o Uso Sustentável da Biodiversidade), o CBA deve se tornar um centro de desenvolvimento de produtos e de geração de negócios em bioeconomia. Os projetos devem aproveitar o potencial dos recursos naturais da região.
“Nós estamos dando ao CBA a capacidade jurídica necessária para que possa receber aporte de recursos e a partir daí a coisa ter uma outra visão. Hoje, nós temos alguns remanescentes lá, alguns pesquisadores, pessoas extremamente preparadas. Estamos aproveitando os laboratórios. O que nós queremos é trazer empresas de fora”, afirmou Menezes.
“Nós sabemos que aqui (na Amazônia), a nossa fauna, a nossa biodiversidade é muito grande. A nossa bioeconomia é um patrimônio que hoje o pessoal fala em 3 trilhões de dólares. Mas vem cá, porque que a SHISeido, Lancome, Estée Lauder, as grandes marcas mundiais não tem seus laboratórios aqui? Por que não tem?”, questionou.
O superintendente afirmou que o CBA tem planejamento para os próximos 18 meses, apresentado ao Ministério da Economia e aprovado, e que a Suframa está cumprindo cada etapa do plano.
“Hoje, nós estamos exatamente cumprindo pari passu. A cada mês nós temos metas e nós temos os indicadores desse plano de governança que nós fizemos no CBA, como tem aqui [na Suframa], também. Eu já sei o que eu vou fazer daqui até final do ano que vem”, afirmou.
Menezes criticou a atuação de políticos com interesses que impedem o desenvolvimento econômico da região e a falta de planejamento deles. “O que impede o sucesso dos nossos governantes e políticos é a falta de planejamento. Ele faz um desenho bem por cima, aquele negócio de campanha do ‘país de Alice’. No primeiro dia, o cara já esqueceu tudo aquilo porque não planejou”, afirmou.
De acordo com Menezes, atualmente, o CBA tem apoio de pesquisadores de universidades do Brasil e de outros países que se dispuseram a colaborar com o projeto. “Eles vieram se apresentar e falar: olha, eu quero colaborar. Não me deixavam colaborar. E agora, estamos pegando esse pessoal e atraindo essas grandes empresas e trazendo para Manaus”, afirmou.