Do ATUAL
MANAUS – Abandonados há pelo menos de 17 anos, onze aviões permanecem no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus. A Vinci Airports, empresa que administra o terminal desde 2022, afirma que os aviões não afetam as operações do aeroporto. Segundo a Vinci, há inspeções periódicas sobre controle da segurança dos voos.
Em junho deste ano, após o MPF (Ministério Público Federal) abrir procedimento para acompanhar a retirada de aeronaves do local, a empresa informou que todas as “providências judiciais ou extrajudiciais” estavam em andamento.
Nesta terça-feira (26), no entanto, a companhia informou que as aeronaves continuam no local. A empresa afirmou que “segue avaliando medidas legais e possíveis para a retirada das aeronaves fora de uso e com longa permanência no sítio aeroportuário”.
De acordo com a Vinci Airports, as aeronaves “não pertencem à operadora do aeroporto, e estavam nestas condições desde a administração anterior”.
Ainda conforme a empresa, as aeronaves estão em áreas que não afetam os serviços de taxiamento.
No MPF, a abertura do procedimento foi recomendada pela 3ª Câmara de Coordenação e Revisão após o colegiado arquivar um inquérito civil que apurava se o abandono dos aviões comprometeriam a gestão do espaço aeroportuário.
A investigação tinha sido arquivada após a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informar que as aeronaves não ofereciam riscos à operação e que seriam retiradas do local.
Durante as investigações, a Vinci Airports informou ao Ministério Público que havia aeronaves cuja remoção “já é objeto de ação judicial, ou são objeto de compra por outros interessados, ou são objeto de apreensão pela Polícia Federal ou pela Receita Federal, portanto, todas com providências judiciais ou extrajudiciais em andamento”.
Conforme o MPF, ao ser questionada se a permanência das aeronaves no local causaria riscos de acidentes com as aeronaves em atividade, a concessionária afirmou que não há risco direto para a operação do aeroporto, pois “o local em que as aeronaves inservíveis estão estacionadas não ferem as faixas de pistas do aeroporto (principal e de táxi)”.
A Anac comunicou que a Vinci Airports enviou documentos que apontam que as medidas mitigatórias tomadas por parte da concessionária atingiram índice de risco aceitável para manutenção das aeronaves inservíveis, mas “que, de toda forma, estava em análise a melhor estratégia para a retirada destas do perímetro aeródromo”.