Da Redação
MANAUS- Pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que apenas 10,5% dos brasileiros têm receio de tomar a vacina contra a Covid-19. Foram 173.178 entrevistados, todos adultos residentes no Brasil. De acordo com os dados, 6,7% (11.575) concordaram em ser vacinados dependendo da vacina disponível, 2,5% (4.401) não pretendiam ser vacinados, e 1,3% (2.274) estavam inseguros.
Os outros 89,5% pretendiam ou já havia tomado a vacina. “A vacina surgiu como fonte de esperança para o retorno à vida normal. Ainda assim, vários países relataram altas taxas de hesitação à vacina. Por isso, é importante conhecer o perfil de hesitação vacinal no Brasil para auxiliar no desenho de estratégias de comunicação adequadas”, avalia a coordenadora do estudo, a imunologista Daniella Moore.
Entre os 26 estados e o Distrito Federal, a maior taxa de hesitação vacinal foi observada na região Centro-Oeste, seguida do Sul. A Região Norte apresentou menor número de entrevistado com dúvidas para tomar a decisão: 89,9% deles disseram que pretendem receber o imunizante.
O país de origem do fabricante da vacina foi relatado como um fator considerado para tomar a decisão por 33.333 participantes. A eficácia da vacina também foi apontada como fator por 13.407. Dentre os entrevistados, 460 afirmaram ser contra todas as vacinas tradicionalmente usadas.
“O grupo com esse perfil pode representar uma parcela da população que tem dificuldade em aceitar ou compreender os dados sobre a pandemia, comportando-se como um negador da ciência. É uma questão importante para ser abordada”, diz Daniella.
Mesmo com essas baixas taxas de pessoas com receio, a identificação do medo de reações adversas pode ajudar a orientar campanhas de conscientização sobre a segurança da vacina, aumentando ainda mais a adesão à vacinação. “A confiança vacinal (ou a falta dela) não depende exclusivamente de conhecimento ou desinformação, mas de um ecossistema de cultura, política, experiências pessoais, crenças e histórias de vida”, destaca a pesquisadora.
Da população da pesquisa, 24.196 participantes relataram ter tido diagnóstico positivo para Covid-19 e 103.225 relataram que um membro da família havia falecido ou sido internado na UTI por conta do Coronavírus.
Leia os dados completos da pesquisa.