Da Redação
MANAUS – O massacre de 64 presos em três presídios de Manaus gerou, além de insegurança na cidade e crise na segurança pública no Amazonas, uma disputa por cargos e maiores salários no serviço penitenciário. O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Amazonas resiste à nomeação de oficiais da Polícia Militar para cargos de confiança nos presídios e quer uma parte desses postos.
O presidente do Sindicato dos Agentes, Antônio Jorge Santiago, reclama da nomeação de militares. “Tivemos conhecimento que ele (Cleitman Rabelo, secretário de Administração Penitenciária) está nomeando apenas militares para os cargos que a gente está pleiteando, que por lei temos preparação para assumir e para coordenar. Nós nos qualificamos, temos mais de 30 anos de serviço e quando chega na hora dessas mudanças, quando nós, que somos preparados e deveríamos assumir o controle dessas unidades, eles colocam no cargo pessoas desqualificadas. Por isso que dá esses problemas. Nós não aceitamos mais isso aqui no Amazonas”, reclamou Santiago.
Antônio Santiago disse sargentos da PM já foram nomeados. “Para a Vidal Pessoa (Cadeia Pública) já nomearam um sargento. Para o Desipe (Departamento do Sistema Prisional) já nomearam outro oficial. São cargos que tinham que estar nas mãos dos servidores penitenciários. Colocam pessoas que não têm nenhuma experiência e com isso que vão querer tomar decisões erradas. As decisões nesse setor têm que ser acertadas. Nós fomos treinados para isso e a PM trabalha prevenindo e combatendo o crime. Nós nos qualificamos e conhecemos o sistema e eles não querem aproveitar a gente”, disse.
O secretário Cleitman Rabelo rebateu a queixa de Jorge Santiago e disse que irá nomear que for competente e honesto. Rabelo disse que fez nenhuma nomeação na Secretaria de Administração Penitenciária. “Eu vou colocar quem for profissional e quem for me dar resultado. Independentemente de ser militar ou civil, preciso de alguém que seja competente e honesto, que é uma qualidade que prezo muito”, disse.
Cleitman, que é tenente-coronel da PM, considerou a reclamação precipitada e sem fundamento. “Esses caras são falastrões, sabe. Eu ainda não mexi com nenhum diretor de presídio porque o meu objetivo agora é aliviar o sistema. Não estou fazendo mudança nesse sentido. Não sei porque eles estão afastados. O meu staff sim, que se trata de cargos de confiança, eu escolho. Esses senhores já começaram errado comigo”, disse.