Da Agência Brasil 61
MANAUS – As escolas do Sesi (Serviço Social da Indústria) no Amazonas vão adotar no ano letivo de 2021 o Sistema Estruturado de Ensino (SEE) que inclui ensino de tecnologia, ciência, engenharia e matemática. A proposta está alinhada com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e traz novas matrizes curriculares e material didático reformulado em parceria com o grupo Somos Educação.
Professora de química, Ana Caroline Duarte diz que a interdisciplinaridade e o uso das tecnologias são duas marcas do novo modelo, que vai conferir mais protagonismo aos estudantes. “Nós, como professores, vamos orientar os alunos, mas eles vão fazer. Isso faz toda a diferença. Esse aluno é preparado para um mundo mais tecnológico, fazendo com que haja mais interatividade nesse processo”.
O novo modelo de ensino será pautado, da educação infantil ao ensino médio, pela metodologia Steam, que reúne conhecimentos nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática. A ideia é um conceito pedagógico voltado para o desenvolvimento produtivo e industrial. A proposta também prevê atividades em programas de computador, além de noções de programação por meio do kit de Robótica.
A ideia do Sesi é que os alunos estejam preparados para o futuro, em que a tecnologia é cada vez mais indispensável, e para a resolução de problemas. Professora de Linguagens e Suas Tecnologias, Débora Reis participou da construção do novo modelo aplicado à disciplina de língua portuguesa para os anos iniciais do ensino fundamental. Ela reforça o intuito por trás das mudanças.
“O objetivo principal do nosso material é preparar os alunos para o desafio das profissões futuras. A nossa intenção é colocar em prática as metodologias ativas que nós, enquanto professores, realizávamos em sala de aula. A inovação é fazer com que o nosso aluno seja mais protagonista, que ele seja mais o centro das suas próprias construções e sempre envolvendo mais os meios tecnológicos”, explica Débora.
Outra preocupação expressa nos novos materiais é a necessidade de livros mais regionalizados, próximos da realidade dos estudantes.
A professora Ana Caroline também ressalta que os professores não vão mais trabalhar suas disciplinas de forma isolada, mas em integração com os demais docentes, dentro da área de conhecimento predominante. Por exemplo, em ciências da natureza, química, física e biologia estarão sempre conectadas, o que vai beneficiar os alunos, acredita.
“O aluno não tem só aquela visão pequena para aquele determinado assunto. Tem uma visão mais ampla, ele consegue conectar as ciências, consegue visualizar de uma maneira mais ampla. Isso faz toda a diferença”, avalia.
Os professores, aliás, foram protagonistas na construção do novo modelo, que se iniciou ainda em março. O trabalho foi feito por meio de grupos divididos por áreas de conhecimento ou campo de experiências, com docentes do Sesi de todo o País, auxiliados por consultores em educação. Cinco professores do Amazonas participaram do processo.