Da Redação
MANAUS – Cinco coordenadores de programas de pós-graduação do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) assinaram documento pedindo explicações de gestores do órgão sobre a retirada de cartazes informativos que foram colocados nos muros do instituto na quarta-feira, 4, quando um grupo de servidores e alunos promoveram protesto contra o corte de verbas para a ciência.
Os servidores querem que a direção do Inpa apure a responsabilidade sobre o ocorrido e esclareça a motivação do que eles chamaram de “agressão e desrespeito aos trabalhos expostos”.
De acordo com os coordenadores, a manifestação foi pacífica e um dos objetivos era “mostrar à sociedade a importância da ciência e tecnologia desenvolvida na instituição. “Para isso foram colocados pôsteres com resultados de pesquisas realizadas no Instituto ao longo da face externa dos muros do Inpa”, afirmam os coordenadores.
Ainda conforme os servidores, alunos do instituto afirmaram que os cartazes iriam ser retirados à tarde, mas, por volta de 15h, perceberam que funcionários terceirizados estavam retirando o material, segundo os coordenadores, a pedido do COATL/INPA (Coordenadoria de Apoio Técnico e Logístico”.
Uma foto divulgada pelos coordenadores mostra o material retirada jogado no chão. Para os coordenadores, a imagem “é extremamente perturbadora e chocante”. “Tanto por seu aspecto prático – depredação de pôsteres impressos por Projetos Institucionais para divulgação de resultados de pesquisa custeados com recursos públicos, em sua maioria – quanto simbólico – a maneira desrespeitosa como foram tratados os resultados das pesquisas desenvolvidas, em sua maioria, pelos nossos estudantes de pós-graduação”, diz trecho do documento.
‘Represália’
Em carta de repúdio, um grupo de estudantes identificado como “Movimento Salve o INPA” afirma que os cartazes foram retirados de forma inadequada e desrespeitosa. Além disso, ao buscar informações sobre a retirada dos pôsteres, os alunos dizem que receberam o comunicado: “Limpamos os muros do Inpa”.
“Diante do ocorrido, fica a pergunta de como dialogar com uma gestão que ao invés de incentivar a divulgação científica para a sociedade, se abstém e a trata como uma ‘sujeira que deve ser limpa’?”, diz trecho da carta.
O grupo diz que lamenta a “represália da postura tomada pela diretoria em relação ao movimento: ao impedir a entrada da imprensa (…), a tentativa de barrar a entrada de estudantes e pesquisadores na instituição pública, e a presença da Polícia Militar com objetivo de intimidar os participantes do ato durante o diálogo”.
Revise o texto. No lugar de SUJEIRA está escrito SUJEITA no penúltimo parágrafo.