
MANAUS – Mais de 400 pontos da cidade receberam neste sábado, 6, a mobilização de 2.500 funcionários da Prefeitura de Manaus, além das Forças Armadas e da indústria no Dia D de combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da febre chicungunha e da dengue. A mobilização teve caminhada e carreata com ações educativas para orientar a população sobre as formas de prevenção às doenças.
“Apesar da diminuição de 88,95% de casos confirmados de dengue este ano em Manaus em relação ao ano passado, não podemos deixar que o mosquito Aedes Aegypti volte a transmitir a doença, principalmente porque o Aedes transmite também a chicungunha. De janeiro a outubro deste ano, foram 1.460 casos confirmados de dengue. No mesmo período de 2013, o número de casos confirmados foi de 13.212”, informou o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto.
A concentração do Dia D foi na sede do Distrito de Saúde Leste, no bairro Jorge Teixeira, zona leste. Houve distribuição de adesivos para carros, cartazes e flyer alertando a população como acabar com os criadouros do mosquito.
Em Manaus, já são três casos confirmados da febre chicungunha e cinco ainda estão em investigação, aguardando o resultado do laboratório. “Todos adquiriram a doença fora do Brasil e são considerados casos importados. Em Manaus, estamos ainda em nível zero de pessoas que adquiriram a doença aqui. Chicungunha é o nome da doença na língua maconde, um dos idiomas oficiais da Tanzânia, onde foi documentada a primeira epidemia da doença em 1953. O termo provém da raiz verbal kungunyala, e significa “tornar-se dobrado ou contorcido”, em referência à aparência curvada dos pacientes, motivada pelas intensas dores articulares e musculares, características da doença. Por isso, estamos alertando a população para evitar que o Aedes transmita a doença”, disse o secretário.
Estado de alerta
Toda a campanha de mobilização contra a Dengue e Chikungunya foi planejada de acordo com o resultado do Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), realizado no período de 03 a 13 de novembro, quando foram vistoriados 27.094 imóveis selecionados por amostragem para a identificação do índice de infestação pelo mosquito transmissor da dengue e, consequentemente, determinando o grau de risco para a doença no município de Manaus, identificando os locais prioritários para a prevenção e controle do mosquito.
No LIRAa, os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. É considerado estado de alerta quando menos de 3,9% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito, e satisfatório quando o índice está abaixo de 1% de larvas do Aedes aegypti.
Em Manaus, o índice médio ficou em 2,9%, ou seja, mantendo o município em estado de alerta para a doença. Porém, alguns bairros apresentaram um índice de infestação de mais de 3,9%, principalmente na zona leste, com uma infestação de 5,1%. Já as zonas norte (2,9%), Sul (1,9%) e oeste (1,6%) mantiveram o estado de alerta para a doença.
Os bairros com maior índice de infestação são Colina do Aleixo, São José, Jorge Teixeira, Zumbi dos Palmares (zona leste); Novo Aleixo, Armazonino Mendes, Nossa Senhora de Fátima I, Águas Claras, Parque das Garças 2 e Colônia Japonesa (norte); Adrianópolis, Nossa Senhora das Graças, incluindo o conjunto Vieiralves (zona centro-sul); Redenção, Dom Pedro, São Jorge, Lírio do Vale, incluindo o conjunto Augusto Montenegro (zonas oeste e centro-oeste).
Também de acordo com o LIRAa, a maior parte de criadouros do mosquito Aedes aegypti está concentrada em depósitos de armazenamento de água nível de solo (39,6%) e em lixo, recipientes como garrafas, latas e ferro velho (30,7%).
A Prefeitura de Manaus realizou outros dois LIRAas em 2014. Os resultados das edições anteriores também indicaram estado de alerta para a dengue. O primeiro aconteceu no período de 3 a 13 de janeiro, registrando 3,9%, e o segundo foi executado entre os dias 5 e 13 de maio, resultando em um índice de 3,3%.