Da Redação
MANAUS – Um secador semiautomatizado aumentará em 30 vezes a secagem do fruto do guaraná, que hoje é feito com tachos, os mesmos utilizados na produção de farinha. O protótipo está sendo desenvolvido pela Embrapa Maués (a 641 quilômetros de Manaus) e dispensa o manuseio exaustivo do método tradicional.
O guaraná produz um teor de cafeína elevado, de 2% a 5%, contra 1% a 2% do café. Por conta disso, é crescente a demanda internacional pelo fruto, que é nativo na Amazônia. No entanto, pelo fato da produção ainda ser manual, e 60% do custo da produção do guaraná estar na colheita e no processamento dos frutos, a oferta de guaraná no Amazonas ainda é tímida. A safra em Maués neste ano – que vai de outubro a dezembro – deve chegar a 450 toneladas.
Enquanto um produtor consegue secar de 20 a 30 quilos de frutos de guaraná em oito horas, no equipamento desenvolvido pela Embrapa, uma espécie de tambor giratório, em quatro horas é possível secar 600 quilos. “Esse ganho produtivo é fantástico. Pode ser usado por agricultores isoladamente, com modelos de secadores menores, mais baratos, mas também por cooperativas, o que barateia ainda mais a instalação, que o Estado tem todo interesse de apoiar”, disse o secretário de Produção Rural Petrucio Magalhães.
O supervisor da Embrapa em Maués, José Ribamar Cavalcante, disse que o modelo deverá custar em torno de R$ 35 mil a R$ 40 mil, na versão com capacidade para secar 600 quilos em oitos horas. O secador funciona com eletricidade, que gira o tambor em velocidade constante, e o calor é gerado por queima de lenha, que pode ser restos de madeira, galhos, troncos caídos na natureza.
A maior produtividade no processo de secagem anima o prefeito de Maués, Júnior Leite. “Queremos ampliar o plantio de guaraná consorciado com outras espécies, com a seringueira e o pau-rosa”, disse.
O equipamento foi apresentado ao vice-governador Carlos Almeida filho, que prometeu financiamento para a pesquisa e a aquisição do maquinátios pelos produtores.