Da Redação
MANAUS – Oito funcionários do Detran (Departamento de Trânsito do Amazonas), entre servidores, estagiários e ex-estagiários, foram presos na manhã desta quarta-feira, 2, por fraude em documentos de veículos de luxo na Operação Sanguessuga. As fraudes permitiam que os carros fossem vendidos em outros estados por valores abaixo do mercado sem o pagamento de tributos.
Funcionários de empresas de despachos também estavam envolvidos. Eles recebiam R$ 5 mil para cooptar servidores para o esquema que foi denunciado pelo presidente do Detran Rodrigo de Sá. A investigação durou um ano. O prejuízo ao estado é de R$ 30 milhões.
“Os veículos eram adquiridos na Zona Franca de Manaus com incentivos fiscais. Para isso, precisavam conter no CRLV a informação de uma restrição tributária (o ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços) para impedir que os veículos circulassem fora do estado por cinco anos. Ocorre que os participantes do esquema não inseriam essas informações nos documentos dos veículos e viabilizavam a venda em outros estados”, explicou o delegado Cícero Túlio, da DERFV (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos).
O Detran chegou a receber denúncias dos governos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde os veículos estavam sendo vendidos por preços inferiores aos do mercado.
Foram expedidos 28 mandados de prisões temporárias, três pessoas são consideradas foragidas e 25 foram presas. Dezesseis 16 carros de luxo foram apreendidos.
Durante o cumprimentos dos 83 mandados, foram encontrados duas armas de fogo e cinco falsas, R$ 100 mil em espécie e US$ 1 mil. Além de Manaus, a polícia também prendeu uma pessoa em Iranduba (a 27 quilômetros da capital).
No cumprimento de um mandado de busca, também foram encontrados 700 doses de lsd, vendidas por 70 reais a unidade, o que corresponde ao valor de 49 mil reais, 50 balas de êxtase e 3 quilos de maconha. As drogas pertenciam ao filho de uma das pessoas alvo da operação, que sofreu busca e apreensão em sua residência.