Da Redação
MANAUS – O prefeito em exercício de Manaus, Marcos Rotta (PMDB), disse ao ATUAL que o momento é de união pela cidade, de encontrar soluções para o sistema de transporte público de passageiros. Rotta considerou que a retirada dos ônibus de circulação na noite dessa quinta-feira, 23, pelos empresários, foi uma decisão extrema. “Não podemos deixar de assumir nossas responsabilidades. Cada um na sua área. Por exemplo: o Sinetran (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas) não poderia ter retirado os ônibus sem anuência ou compartilhamento da ação com a prefeitura. Foi um ato extremado”, disse. Rotta se reúne com os empresários na manhã desta sexta-feira, 24, para uma conversa sobre segurança nos veículos. “O governo do Estado também precisa garantir sua parte na segurança”, disse.
Na noite dessa quinta-feira, 23, um ônibus foi queimado e outros três foram danificados em atos de vandalismo. Foi o segundo em dois dias. Na quarta-feira, um veículo também havia sido incendiado.
Em entrevista à Rádio Tiradentes, na manhã desta sexta-feira, o assessor jurídico do Sinetram, Fernando Borges, atribuiu a responsabilidade pelo recolhimento dos ônibus aos motoristas. “Não houve da parte de ninguém uma determinação em relação a uma ou outra atitude. O que houve sim foi pânico dos motoristas e uma notória e evidência impossibilidade da Polícia Militar em garantir a segurança. Nós não determinamos nenhum tipo de retirada de carro das ruas. Isso não é verdade. O que houve sim foi um pânico dos operadores que passaram a ir para as garagens, passaram a se recolher com medo”, disse Borges.
Conforme Borges, um cenário pânico se espalhou pelo sistema de transporte. “Nós buscamos auxílio da polícia militar e não tivemos. Os motoristas e cobradores entraram em pânico devido à onda de vandalismo que se abateu na cidade. Foram quatro carros ontem atacados, todavia uma parte da operação foi bastante prejudicada”, declarou.
Para Fernando Borges, com as notícias de ataques a ônibus, houve um pânico generalizado entre os operadores. “O que houve foi a ausência total de segurança num cenário de crise, que nós não conseguimos controlar devido ao pânico que se espalhou. Todos os motoristas têm grupos de WhatsApp, rede social, e as fotos dos ônibus pegando fogo começaram a circular com muita velocidade e eles, em transito, no final do turno, não tinham direção, da quantidade de ataques que estavam ocorrendo naquele momento”, justificou.
O assessor do Sinetram disse que foi praticamente impossível convencer os motoristas permanecerem em circulação. “Com os motoristas que conseguimos conversar nós tentávamos explicar essa situação, mas são muitos carros e isso torna muito difícil você convencer a pessoa a colocar sua própria vida em risco e a dos passageiros. A conversa que se pode ter com motorista em trânsito não é com esse grau de entendimento e tranquilidade que estamos tendo aqui (na entrevista à rádio). A situação que se criou foi absolutamente anormal, absolutamente crítica que nós lamentamos, mas o que houve sim foi a total perda da segurança pública e, inclusive, já mapeamos que houve ações organizados no sentido de vandalismo. Não foi revolta, não foi protesto foi uma ação criminoso e pedimos às autoridades que investiguem profundamente quem está por trás desses ataques, disse.
Borges cobrou mais segurança nos ônibus. “Nós precisamos dar segurança a esses operadores para que isso não volte a acontecer. Esse é um apelo que fazemos às autoridades para que intensifique as ações de policiamento e inteligência para se consiga detectar o que está por trás dessas atitudes”.
Tarifa
Indagado se o novo valor da passagem de ônibus, de R$ 3,80, que entra em vigor a zero hora deste sábado, Fernando Borges desconversou. “A planilha que será apresentada à Câmara Municipal de Manaus) é o nosso indicativo de como será distribuído os investimentos para que se tenham essas melhorias. Vai ser definido o prazo para que se integre à frota esses 200 carros, um investimento de R$ 60 milhões. Essas diretrizes serão estabelecidas pela SMTU (Superintendência Municipal de Transportes Urbanos) e nos pautarmos de acordo com o órgão gestor”, disse.
Borges admitiu, depois, que havia uma orientação para que houvesse a retirada gradativa dos ônibus das ruas, desde que os motoristas cumprissem a escala de trabalho. “Nós estávamos monitorando a frota e recebendo as informações dos motoristas de que havia insegurança para trabalhar e nosso apelo sempre foi que não houvesse uma paralisação, que não houvesse um recolhimento, mas que houvesse sim gradativamente que se encerrasse a operação de acordo com a escala, quando eu disse gradativo é o seguinte: completem a viagem e retornem à garagem”, declarou.
Só tem pilantra, nessa história, tarifa de onibus. Os donos de ônibus, motoras, prefeitura Municipal e o desgoverno do Amazonas zeca merenda, etc. O pato são os usuários. Vai ser assim daqui pra frente.