Há mais de 20 anos, o Sindicato dos Rodoviários usa o condição que ocupa no sistema de transporte coletivo de Manaus para pressionar e até chantagear os empresários de ônibus da cidade. A última cartada foi neste fim de semana, quando as empresas estavam dentro do prazo para efetuar pagamentos, que é até o 5º dia útil de cada mês, e os sindicalistas protocolizaram um documento no Sinetram, “comunicando” greve da categoria caso não fossem depositados os salários até o dia 5 de março, dois dias antes do prazo para pagamento. A decisão do sindicato acabou mobilizando a assessoria juridica do Sinetram que foi à Justiça impedir a paralisação total dos funcionários. Por sua vez, a magistrada de plantão acatou o pedido de forma parcial permitindo que “apenas” 30% dos trabalhadores fizessem greve, número suficiente para gerar transtornos aos usuários. Ocorre que vendo sua ameaça surtir efeito, o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, Josildo Oliveira, foi à imprensa nesta segunda-feira, 7, dizer que a greve foi suspensa porque eles receberam seus pagamentos no dia certo. O sindicalista não se deu conta da pressão psicológica que causou a muitos pais de famílias que se sentiram ameaçados em se atrasar para o trabalho em um momento em que o País vive um de seus maiores índices de desemprego. É necessário se criar um mecanismo legal e jurídico que possa garantir também o segurança dos usuários do transporte coletivo para que esses não sirvam sempre de massa de manobra nas mãos de sindicalistas irresponsáveis.