Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – A possibilidade de morrer por Covid- 19 em Manaus é maior que em outras cidades do país. A taxa de letalidade da doença na capital amazonense é de 5,3%, o dobro da média nacional que é 2,4%. Também é maior que a taxa de todas as cidades do Amazonas, que registra média de 3,4%.
A taxa de letalidade relaciona o número de óbitos com o número de infectados por uma doença. Em Manaus, 151.559 mil pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus e 8.077 mil delas morreram. Metade dessas mortes foi registrada entre os dias 1º de janeiro e 9 de março, com 4.398 mortes, segundo dados da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde).
Em uma comparação, esse número de mortos apenas em 2021 representa seis vezes a lotação do Teatro Amazonas. É como se, em quase três meses tivessem ocorrido mais de um ataque às Torres Gêmeas, quando 2.996 pessoas morreram no ataque terrorista aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001.
O número de sepultamentos em Manaus se mantém acima do que era antes da pandemia. A média diária de enterros em março é de 54, enquanto que antes eram de 28. Isso inclui dados de mortes por Covid-19 e também outras causas, segundo a Semulsp (Secretaria Municipal de Limpeza Urbana)
A cidade ainda passa por um dos piores momentos desde que o primeiro caso foi registrado, em 13 de março de 2020. Desde o dia 1º de março de 2021, 387 pessoas foram internadas em 24 horas por complicações causadas pelo coronavírus. Manaus tem 85% dos leitos de UTI ocupados.
Em pronunciamento nesta quarta-feira, 10, o prefeito David Almeida (Avante) informou que Manaus tem 9% de sua população – de 2,2 milhões de habitantes, segundo dados do IBE – vacinada, e apesar do momento trágico ainda há boas notícias. “Nós somos aqueles que estão administrando a cidade no pior momento da história, e ainda assim Manaus dá bons exemplos para o Brasil”, disse.
Foram aplicadas 214.796 mil doses na cidade, mas apenas 45.597 pessoas receberam a segunda dose e completaram a imunização até esta quinta-feira, 11.
O prefeito anunciou que visitará fábrica da União Química, em São Paulo, para conhecer o processo de fabricação da vacina russa Sputnik V a Covid-19. Ele enviou à Câmara Municipal um projeto solicitando permissão para comprar mais doses, sem previsão de entrega. A iniciativa reúne um consórcio de prefeitos para adquirir imunizantes sem depende do Ministério da Saúde.