
Da Redação
MANAUS – Raimundo Joilson Santos de Azevedo, mais conhecido como “Joia”, foi condenado a 52 anos de prisão pelos assassinatos de Francisco Elenilson da Silva Enes (“Nonô”) e Luiz Fernando Maia Malheiros. Os crimes ocorreram em 2020, numa tentativa de latrocínio, furto, estelionato e apropriação indébita.
O julgamento ocorreu na última quinta-feira (31), no Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis e foi presidida pelo juiz Adonaid Abrantes de Souza Tavares, da 3.ª Vara do Tribunal do Júri.
Os crimes
Segundo a polícia, Nonô emprestou a “Joia” uma motocicleta. Ele não devolveu e ainda a vendeu. Nonô passou a cobrar o valor da motocicleta, ameaçando delatar Joia por um homicídio praticado por esse no passado. Joia, com o intuito de não ser denunciado e para não ter de devolver a motocicleta, resolveu matar “o amigo”.
No dia do crime, “Joia” pediu uma carona a Nonô, que também era dono de um carro, modelo Celta. No percurso, Joia puxou o freio de mão do carro e atacou Nonô com um golpe “mata-leão”. A vítima morreu asfixiada, e seu corpo foi abandonado no Ramal do Matoso, no bairro João Paulo II, zona leste de Manaus.
Após se livrar do corpo, “Joia” se apossou carro e decidiu vendê-lo, oferencendo-o em um site na internet. Usando o celular de sua companheira, “Joia” negociou a venda do carro com Jorge Luiz da Silva e Silva, que pagaria com uma motocicleta e completaria o valor com dinheiro.
“Joia” e sua companheira foram, então, à Presidente Figueiredo (a 126 quilômetros de Manaus), onde Jorge morava, e ali, num posto de combustível, receberam dele a motocicleta, entregando-lhe o veículo Celta. Com o objetivo de matar Jorge, ficar com motocicleta recebida e ainda reaver o carro, “Joia” disse que os documentos do veículo seriam entregues em Manaus.
No dia 19 de março de 2020, Jorge veio a Manaus, na companhia de Luiz Fernando Maia Malheiros e encontraram “Joia” na rotatória do bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus. Assim que entrou no veículo, “Joia” apontou uma arma de fogo para Jorge, mandando que fosse para o Ramal do Brasileirinho. Lá efetuou um disparo no pescoço de Luiz Fernando Maia Malheiros, que ocupava o banco do “carona”.
Por acreditar que Luiz Fernando já estava morto, “Joia” mandou Jorge parar o carro para tirar o corpo. Jorge aproveitou o momento em que “Joia” retirava Luiz Fernando do carro, acelerou o carro e fugiu. Assim, conseguiu retornar a Presidente Figueiredo, onde acionou um advogado e a polícia. Luiz Fernando chegou a ser encontrado e socorrido por populares. Foi levado ao Pronto Socorro João Lúcio, mas faleceu dias depois.
Raimundo Joilson estava preso preventivamente desde 1º de junho de 2020 e terá esse tempo descontado da pena.