Da Redação
MANAUS – A mastectomia e a reconstrução mamária na mesma cirurgia beneficiou 30 mulheres no Amazonas de janeiro a agosto deste ano. O procedimento é feito na FCecon (Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas). “Me senti poderosa”, diz Auxiliadora Lima de Souza, de 52 anos, sobre a experiência de ter a mama reconstruída na mesma operação em que perdeu a mama esquerda por conta de um câncer.
Na avaliação do mastologista e diretor-presidente da instituição, Gerson Mourão, fazer a mastectomia e a reconstrução no mesmo momento representa um ganho às mulheres. “A mastectomia é algo traumático para as mulheres e a possibilidade daquela paciente de, na mesma cirurgia de retirada da mama fazer a reconstrução, é algo benéfico nas questões psicológica e emocional do tratamento”, disse.
A reconstrução mamária é uma cirurgia plástica reparadora, feita após a retirada total ou parcial da mama. A Lei 12.802/2013 garante à paciente o direito de realizar o procedimento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) durante o mesmo procedimento de retirada do tumor, se houver condições médicas e clínicas.
A cirurgia de reconstrução da mama é coordenada pelo cirurgião plástico Roberto Pereira. O procedimento inclui colocação de prótese, reconstrução do complexo aréolopapilar e de simetrização.
No caso Auxiliadora, ela fez a simetrização na mama direita para que ficasse semelhante ao tamanho da mama esquerda. “Minha recuperação foi boa, ótima. Me senti poderosa”, disse. “Me senti turbinada”.
Segundo o psicólogo Sandro Soares, a assistência psicológica é uma parte essencial da operação. “Exatamente porque temos conhecimento de que, quando o paciente ou a família recebem a notícia, o diagnóstico de câncer, automaticamente existem reações emocionais extremamente impactantes. Como a Psicologia se faz presente nesse momento, já acolhe tanto a família, quanto o paciente neste momento, procurando desmistificar, esclarecer que o câncer tem tratamento, que tem grandes possibilidades de cura”, explica.
“O trabalho da Psicologia é exatamente trabalhar essa adaptação dessa mulher com esse novo corpo, resgatando a autoestima da mulher, fazendo com que ela volte a se amar, mesmo nesse corpo diferente. Esse sentimento de autoconfiança, autoestima e otimismo ele vai ser fundamental para motivação e o decorrer do tratamento dela”, complementa.