Da Redação
MANAUS – “A roda da política tem que girar”, disse o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) em entrevista ao ATUAL ao opinar sobre a pré-candidatura ao governo do Estado anunciada por Amazonino Mendes, que não descarta a possibilidade de compor chapa com o senador Eduardo Braga (MDB-AM). “Essa turma já teve as suas oportunidades”, afirmou.
Ramos disse ter respeito pelos dois, aliados em eleições passadas, mas que eles “não estão mais conectados com os tempos que vivemos hoje” e sugeriu que Braga e Amazonino virem “conselheiros”. “Governar o Estado do Amazonas exige energia, vigor, capacidade de conversar, capacidade de articulação”.
Ramos fez uma comparação da carreira política com a carreira de jogador de futebol: “Quando o cara perde o ‘time’ [tempo, em inglês] da hora de parar, a carreira dele sempre termina mal”.
Amazonino foi derrotado na eleição para prefeito em 2020 no segundo turno, após ter sido o mais votado no primeiro turno. Também perdeu para Wilson Lima no segundo turno, em 2018, a eleição ao Governo do Amazonas.
O deputado voltou a dizer que a aliança política com Eduardo Braga nas eleições suplementares ao governo do Estado em 2017 “foi um erro” que quase custou sua vida pública. “Hoje eu olho para trás e sei que foi um erro. A população não tinha como entender aquela aliança”, disse.
“Foi um erro forçado. O presidente do meu partido, o Alfredo [Nascimento] não me deu a legenda e eu não tinha como concorrer à eleição. Fez um acordo com o Eduardo eu era o vice do Eduardo ou não era candidato a nada. Eu tomei errado a decisão de ser vice. Não pelo Eduardo. Não tive nenhum problema na eleição. Só que a população não tinha como entender aquela aliança”, relembrou.
Presidência da Câmara
Deputado federal de primeiro mandato, Marcelo Ramos disse “ser muito cedo para pensar em reeleição”, apesar de sinalizar a possibilidade de disputar a presidência da Câmara. “A tendência natural é que eu seja candidato a reeleição, até porque eu tenho um projeto em Brasília. Se eu for reeleito deputado federal eu tenho muita chance de ser o presidente da Câmara. Isso seria histórico e simbólico para o estado do Amazonas”.
Ramos disse que fez a opção de não ter um ‘mandato paroquial’ e isso o afasta muito de Manaus. “Na vida, ganhar e perder faz parte. E em eleição ganhar e perder faz parte. Sigo me dedicando integralmente ao meu mandato. Eu fui eleito para trabalhar como deputado federal até o último dia do meu mandato. Se chegar em outubro do ano que vem e o povo do Amazonas achar que eu não devo voltar, eu não me afobo com isso. Os meus mandatos sempre foram meus maiores cabos eleitorais”, afirmou.
Confira trechos da entrevista de Marcelo Ramos ao ATUAL.