A Policia Militar do Amazonas (PM) sob o comando da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) e do Centro de Operações Especiais (COE) invadiu, nesta quinta-feira, 26, às 15h30, a Rádio Comunitária A Voz das Comunidades, 87,9 FM, na zona norte de Manaus, em uma ação não explicada até o final da noite. De acordo com informações de funcionários da emissora, a invasão teve a participação de pelo menos dez policiais armados, que arrombaram a porta da recepção da emissora e abordaram os radialistas que apresentavam programa no horário. Houve interrupção do programa e os apresentadores reclamam que foram coagidos pelos policiais armados. A produtora Marlucia Fernandes, 44 anos, que ficou em estado de choque. “Quando vi os policiais invadindo, com metralhadoras em mão, me passou mil coisas pela cabeça, coisa de filme, pois eles chegaram arrombando portas e coagindo as pessoas que estavam no estúdio”. O Diretor de jornalismo da rádio, Ivan Brito, disse que exige uma explicação da Policia Militar e do Governo do Estado. “Exijo uma resposta e posicionamento da Policia Militar. Acredito muito nessa instituição. O ato fere todos os princípios da democracia de um país que tem uma imprensa livre. Não podemos deixar isso passar batido. Imagina se a moda pega?”, afirmou o jornalista.
Sem mandado
Os policiais não apresentaram qualquer documento que comprovasse se tratar de uma ação ordenada pela Justiça. A polícia só pode invadir uma propriedade privada para prender alguém que foge de flagrante ou por ordem judicial. No segundo caso, a abordagem deve ser feita com a apresentação de mandato judicial. Não ocorreu nem uma coisa nem outra. Os policiais simplesmente arrombaram a porte e entraram no ambiente de trabalho dos profissionais da emissora.
‘Foi engano’
O jornalista Ivan Brito informou que ao final da ação dos policiais um deles disse aos radialistas que agiram por engano. Na emissora de rádio é apresentado um programa policial pelo radialista Lerron Santiago, nas manhãs de domingo. O Patrulha da Cidade vai ao ar de 9h às 10h30. Mas a direção da emissora não vê relação da invasão com o programa. Os radialistas que trabalhavam no local não chegaram a registrar imagem nem áudio da ação.
Portões fechados
Os professores da rede pública de ensino que fizeram manifestação nas ruas de Manaus deram de cara com os portões da Assembleia Legislativa do Amazonas fechados, quando tentaram entrar no parlamento. A segurança do prédio feito pela Polícia Militar, temia que os cerca de 4 mil manifestantes depredassem o patrimônio público e privado (como carros). A presidência queria liberar a entrada de apenas 2oo professores, mas acabou cedendo, diante da dispersão dos profissionais.
Falta aos manifestantes
Tanto a Semed quanto a Seduc avaliam a aplicação de falta aos professores que deixaram a sala de aula para participar da manifestação desta quinta-feira. Diretores de escolas da Semed estavam ligando para professores informando que os chefes de distritos estavam inspecionando as escolas e determinando que fizessem o registro de faltas. A Semed não contabilizou o número de professores ausentes, mas a Seduc disse que 1.702 faltaram nas escolas estaduais.
Trava-língua
Os servidores da Semed brincavam esta semana com o sobrenome da nova secretária Kátia Schweickardt. Diziam que quem não aprendesse a pronunciá-lo corretamente seria demitido. Alguns treinavam para não errar a pronúncia: “Shueicard”, com o som do ‘d’ quase mudo.
Ramos no PV
Nesta semana, lideranças do PV deixaram escapar que o ex-deputado Marcelo Ramos (PSB) está negociando a ida dele para o Partido Verde. O problema é que os parlamentares com mandato na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa não querem entregar a legenda para Ramos chamar de sua. Uma das condições para ingressar no partido é que o ex-deputado não saia candidato a vereador em 2016. Para prefeito, ele estaria liberado.