A “era dos bilionários” no mundo do futebol está mais forte do que nunca. No último dia 29, a final da Champions League teve dois integrantes desse grupo: Manchester City e Chelsea. Na temporada passada, o representante foi o vice-campeão Paris Saint-Germain.
Contudo, uma outra equipe poderia estar no mesmo patamar desses times caso não tivesse sofrido um processo de divórcio bilionário por parte de seu maior acionista e sua ex-esposa. Estamos falando do Monaco.
Entre 2012 e 2014, o clube do principado gastou 185,4 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão, na cotação atual) na reformulação de seu elenco. O valor foi maior do que as injeções de dinheiro realizadas por City, Manchester United, Barcelona, Bayern de Munique, Liverpool, Juventus e Inter de Milão.
Os investimentos, financiados pelo russo Dmitri Rybolovlev, principal acionista do clube, levaram nomes importantes do futebol até o Monaco, como James Rodriguez, Dimitar Berbatov, João Moutinho, Radamel Falcao García e Éric Abidal.
O bilionário, que fez sua fortuna a partir do setor de fertilizantes, também ganhou dinheiro comprando e vendendo “empresas recém-privatizadas” durante a queda da União Soviética e do comunismo, assim como Roman Abramovich, proprietário do Chelsea.
Com tantos reforços e bastante dinheiro para novos investimentos, o clube chegou a ser vice-campeão francês em 2013/2014, ficando apenas atrás do rival Paris Saint-Germain por 9 pontos. O próximo passo da equipe era ambicioso, mas veio o inesperado divórcio.
Após 24 anos de casamento, o empresário rompeu laços com Elena Rybolovlev. A separação fez com que Dmitri perdesse boa parte de sua fortuna, uma vez que a Justiça determinou o pagamento de US$ 4,8 bilhões (R$ 24,4 bilhões) a Elena, durante o processo de divisão de bens.
Após ter recorrido da decisão, Rybolovlev conseguiu uma redução: 604 milhões de euros (R$ 3,1 bilhões).
O resultado do divórcio acabou afetando diretamente o clube, que precisou diminuir consideravelmente seus investimentos. O clube francês negociou alguns de seus jogadores e deixou de trazer grandes reforços.
Com estratégia diferente da original, o Monaco passou a priorizar as categorias de base e ir atrás de jovens talentosos de times pequenos. O resultado: Kylian Mbappé, protagonista do time campeão francês e semifinalista da Liga dos Campeões em 2016/17.
A equipe do principado terminou em 3º lugar no Campeonato Francês deste ano. Será que o Monaco tem chances de título para a próxima temporada?