
Do ATUAL
MANAUS – O senador Plínio Valério (PSDB-AM) disse que quer o governador Wilson Lima como adversário ao Senado Federal em 2026. Segundo o senador, a escolha é para derrotar todos os candidatos de uma vez. “Está faltando só o Wilson”, disse em entrevista a um site de notícia do Amazonas na manhã desta sexta-feira (9).
De acordo com Plínio Valério, Wilson Lima está em xeque e vai decidir se pega um xeque-mate ou não. “Por que ele está em xeque? Tem que renunciar. Se renunciar, ele perde o poder. Uma coisa é você estar no poder e outra coisa é você não estar. O vice [Tadeu de Souza] é do David [Almeida, prefeito de Manaus]. Se Wilson renunciar, David passa a ser forte, mas ele está aliado ao Omar [Aziz, senador do PSD]. Então, se o Wilson não renunciar, Omar fica mais forte porque vai deixar claro que o Wilson está lá para apoiar o Omar”, disse o senador.
Plínio Valério disse que precisa derrotar todos os candidatos que não são amazonenses. Ele citou o também senador Eduardo Braga (mdb), que será candidato à reeleição. Além dele, Plínio citou o deputado federal Alberto Neto (PL).
“Eu quero o Wilson candidato. Eu quero o Braga candidato. Eu quero todos eles candidatos. O Alberto é candidato! O Alberto me falou que não quer, mas vai ser. Por que eu os quero candidatos? Para derrotar todos eles de uma vez. Está faltando só o Wilson. Na passada [eleição de 2018] nós tivemos o [Eduardo] Braga, o Alfredo [Nascimento], a Vanessa [Grazziotin], agora que venha o Wilson”, declarou.
“Eu, como Amazonense, preciso derrotá-los em nome do Amazonas porque são pessoas que não nasceram aqui. São pessoas que não têm compromisso com a gente. Eu vou disputar a eleição com dois paraenses, com um cearense. Não é xenofobia, eu só quero a oportunidade de botar tudo no balaio e ganhar deles”, afirmou Plínio Valério.
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O governador Wilson Lima havia declarado que não seria candidato ao Senador Federal e que terminaria o mandato. Desde então, ele não se pronunciou mais sobre a eleição 2026.
Votos casados
Plínio disse que a candidatura de Alberto Neto ao Senado não prejudica a sua porque eles terão votos casados da direita. “A direita, quando fala assim: ‘ah, o Alberto vai prejudicar’, não vai. Eu e o Alberto vamos ter votos casados, independente dele falar ou eu não”, disse.
“Alberto e eu, ninguém prejudica um e nem o outro. Nós somamos. Quem vota no Alberto, vota em mim. E quem vota em mim, vota no Alberto. Aí eu tenho que procurar no interior algo mais que fura essa bolha”, acrescentou.
‘Bolsonarismo não é toda a direita’
O senador afirmou que o bolsonarismo no Amazonas é um núcleo da direita que não consegue eleger um candidato. “A direita aqui no Amazonas elege um governador, elege um senador. E tem o bolsonarismo que é um núcleo dessa direita que te leva para o game, te leva para o segundo turno, mas não te elege. O bolsonarismo é a maior parte da direita, mas não é a direita toda”, afirmou o senador.
“Essa direita toda é aquele exército invisível que Jefferson Perez [ex-senador que morreu em 23 de maio de 2008, aos 76 anos] falava. Aí tu pergunta: ‘Senador, tem pesquisa?’, não. ‘Como é que o senhor sabe disso?’, é porque aonde eu vou é isso. Restaurante, calçadão, balsa, feira, aonde eu vou tem esse pessoal da direita que vota independe do que acontecer. Ele vota e ninguém muda o voto dele. Aquele do condomínio vertical, do condomínio horizontal que a pesquisa não alcança”, disse.
Eleições municipais
Plínio Valerio citou a candidatura de Alberto Neto como candidato e Coronel Menezes a vice na última disputa para Prefeitura de Manaus no ano passado. “Ver o exemplo do Alberto, do Coronel Menezes. Disputaram para valer, mas não ganharam”.
Segundo Plínio Valério, essa direita que é menor que o bolsonarismo, são pessoas que se abstiveram de votar no segundo turno das eleições municipais de 2024 em Manaus. Na eleição, 338.252 eleitores não compareceram às urnas para escolher o prefeito.
“Esse pessoal é aqueles 300 mil que não votaram nem no David [Almeida] e nem no Alberto. Quando os dois não convencem, ele não quer mesmo o prefeito, de jeito nenhum, mas o Alberto espremeu a laranja demais e a laranja do Alberto amargou. […] se você tiver o apoio da direita, você ganha”, deduziu.
Plínio Valério disse ser de direita, ser amigo do senador Flávio Bolsonaro, mas não se declara bolsonarista.