Da Folhapress
RIO DE JANEIRO – Em lugar da clássica figura da bailarina giratória, quem surge bailando é o corpo de Delegado, bailarino negro, esguio, em tons de verde, rosa e prata, que dançava vestido de tecidos brilhantes e peruca à moda da corte europeia.
Os autores do enredo apontam que o corpo retinto de um morador de favela do Rio de Janeiro subverte “os cânones dos discursos hegemônicos de beleza, leveza e dança de qualidade”. O carro traz a irmã caçula de Delegado, Tia Suluca, de 94 anos.
A alegoria fecha o desfile da Mangueira, que teve paradinha da bateria e vibração do público nos setores finais da avenida. A escola terminou o desfile à 0h21, após 1 hora e seis minutos de cortejo. Ouviram-se gritos de “É campeã” no setor 13, o último da Marquês de Sapucaí.