MANAUS – O Partido dos Trabalhadores (PT) comemora este mês 44 anos de existência, tornando-se o maior partido de esquerda do país e um dos grandes instrumentos de transformações sociais no Brasil.
O PT foi fundado em 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion, na cidade de São Paulo. Fizeram parte da fundação, estudantes, professores, operários do ABC Paulista, agricultores, sindicalistas, membros das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica e tantos outros militantes sociais que queriam mudanças no Brasil.
A principal figura desse processo de criação e existência do PT é Luiz Inácio Lula da Silva. Lula defendia um partido que representasse os trabalhadores e trabalhadoras do país, que tivesse a participação dos diversos segmentos da sociedade, que lutasse contra a Ditadura e pela Democracia e, principalmente, pelos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, contra as desigualdades sociais e pela Justiça Social.
O PT é o principal partido de esquerda do Brasil e da América Latina. Desde a redemocratização do país, nove eleições diretas para presidente foram realizadas. O PT participou em todas: 1989 (Lula), 1994 (Lula), 1998 (Lula), 2002 (Lula ganhou), 2006 (Lula reeleito), 2010 (Dilma ganhou), 2014 (Dilma reeleita), 2018 (Haddad) e 2022 (Lula ganhou pela terceira vez).
Os governos do PT foram os mais importantes no Brasil, com a implantação de programas sociais que mudaram o País: Programa Fome Zero, Bolsa Família, Luz Para Todos, Minha Casa Minha Vida, Aceleração do Crescimento, Farmácia Popular, portos, aeroportos, estradas, infraestrutura, Mais Médico, Ciência e Tecnologia, universidades, institutos federais, Prouni, FIES, dentre centenas de outras ações e políticas públicas que melhoraram a vida do povo brasileiro.
Todos os indicadores foram de crescimento da economia, redução da mortalidade infantil, aumento do poder de compra, mais investimentos, queda da inflação, aumento real do salário mínimo, crescimento do PIB, aumento da acessos ao ensino público, aumento de exportações e de investimentos estrangeiros no Brasil.
No Amazonas, o PT foi fundado na mesma data, pois o estado foi um dos nove exigidos para o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e por aqui grande mobilização foi feita para conseguir grande número de assinaturas para sua fundação, no qual constavam pessoas como José de Oliveira Barroncas, Marilene Correa, Aloysio Nogueira, Márcio Souza e muitos outros intelectuais, professores, estudantes, líderes sindicais, trabalhadores rurais e operários do Distrito Industrial.
O grande desafio atual do PT, principalmente no Amazonas, é se fortalecer para os embates eleitorais locais. Apesar de Lula ganhar a eleição em 2022, no estado, o PT foi pouco votado para o parlamento, perdendo a única vaga de federal com José Ricardo.
Nas eleições de 2024, é importante que o PT tenha candidato a prefeito em Manaus e em um grande número de municípios do interior e formar uma chapa forte para o parlamento em Manaus, onde tem apenas um vereador.
Não sei se o partido vai conseguir, mas precisa lutar. É urgente que o partido mude a atual direção no Amazonas e nos municípios e invista na juventude. Em 2025 haverá eleição interna no PT, oportunidade de ter novas direções que fortaleçam a militância, cuidem da comunicação e que façam filiação de jovens, investindo sempre em formação e participação.
Além disso, o partido precisa estar inserido nas lutas sociais, razão de sua existência. Estar próximo do povo, dialogando, debatendo, nas lutas por direitos e não ficar apenas em espaços institucionais. Ouvir o clamor da juventude, das mulheres, dos injustiçados, dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Viva o Partido dos Trabalhadores. A luta continua!
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
Os artigos publicados neste espaço são de responsabilidade do autor e nem sempre refletem a linha editorial do AMAZONAS ATUAL.