SÃO PAULO – O Largo da Batata está tomado por manifestantes liderados pela Frente Povo Sem Medo, que congrega mais de 40 instituições ligadas aos movimentos sociais. O ato tem três motes: o “Fora Temer”, defesa dos direitos dos trabalhadores e a garantia da escolha popular nas decisões políticas, entre elas a realização de novas eleições.
Também virou alvo de faixas e cartazes a senadora Marta Suplicy, ex-petista que deixou o partido no final do ano passado para se candidatar à prefeitura de São Paulo pelo PMDB, partido de Temer. “Marta traidora, devolva meu voto”, diz um deles.
Presente ao ato, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que há um clima de confiança entre os aliados de Dilma de reverter o processo de impeachment no Senado. “Tem uma mudança das pesquisas no Nordeste e isso tem repercutido entre senadores que votaram a favor da abertura do processo de impeachment. Nós achamos que vamos ter os votos necessário para reverter o processo”, disse.
Segundo ele, tem “um ano” até a votação, marcada para 2 de setembro. “Daqui até la vão ter delações que vão incriminar diretamente o presidente interino Michel Temer”, disse.
Sobre a declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que Temer seria virtual candidato em 2018, o senador petista disse que ele está descolado da realidade. “A rejeição a Temer é muito alta. Um governo que se constrói em cima de um programa como este não tem condições de prosperar. A situação dele no meio do povo é muito difícil”, disse.
Vem Pra Rua
Rogério Chequer, líder do Vem Pra Rua, um dos maiores grupos de rua que pedem o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, disse que a presença baixa de manifestantes no evento convocado para este domingo na Avenida Paulista, em São Paulo, já era esperada. “As pessoas estão tomando como certa a aprovação do impeachment no Senado”, afirmou.
O deputado Major Olímpio (SD) era o único pré-candidato à Prefeitura de São Paulo presente ao ato na Avenida Paulista. “O processo já se consolidou. O que acontece hoje é mais uma confraternização”, disse ele.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)