Dos sete candidatos que concorrem ao cargo de governador do Amazonas, cinco apresentaram proposta de governo ao TRE
MANAUS – Os candidatos a governador do Amazonas apresentaram proposta de governo pouco detalhadas à Justiça Eleitoral para a disputa deste ano. Como se tratam de diretrizes, os documentos carregam nos substantivos e verbos que revelam pouco do que os postulantes poderão fazer em caso de vitória e com as mãos sobre o volante da máquina administrativa. “Estruturação”, “melhoria”, “garantia, “consolidação”, “estimular”, “fomentar”, “ampliar” são as palavras mais comuns nas propostas.
Eduardo Braga
O candidato da coligação “Renovação e Experiência”, Eduardo Braga (PMDB), por exemplo, fala em “concentrar esforços para corrigir de pronto a situação de caos na Saúde Pública do Amazonas”, mas não explica como vai fazer isso.
Braga também diz que pretende “fortalecer a Segurança Pública como um sistema integrado, proporcionando condições para que as Polícias Militar, Civil e Técnico-Científica cumpram o seu papel de prevenir delitos, investigar e elucidar crimes e enfrentar com rigor o crime organizado e o tráfico de drogas”, mas de concreto, nada é dito na proposta.
Na mobilidade urbana, a proposta é “a implantação de um sistema de transporte coletivo de alta capacidade e a abertura de vias estruturantes”, mas não define qual modal deverá adotar.
José Melo
O governador José Melo (Pros), candidato à reeleição pela coligação “Fazendo Mais por Nossa Gente”, tem a proposta mais detalhada, mas também deixa de apontar soluções para muitos problemas levantados no próprio documento enviado ao Tribunal Regional Eleitoral. Fala, por exemplo, na “instalação de 30 novas escolas de tempo integral, a construção de 42 mil moradias e o fortalecimento do programa de segurança pública”.
Essas propostas aparecem na introdução do documento, mas no item da proposta sobre educação, no subitem infraestrutura, a proposta é “construir novos centros de educação em tempo Integral, com vistas à ampliação da oferta de vagas nesse segmento.”, ou seja, não fala em quantidade. Melo também fala em aumentar progressivamente de 25% para 30% os recursos oriundos da receita estadual destinados à educação.
Na saúde, Melo promete concurso público, mas as demais propostas são vagas: “criar instrumentos para a participação ativa da comunidade na gestão das unidades de saúde; promover a reestruturação organizacional da Secretaria de Estado da Saúde”.
Na segurança pública, Melo aponta para ações que já estão em curso no governo do Estado ou que foram anunciadas, como a construção de uma nova unidade do Instituto Médico Legal, a ampliação e modernização do Instituto de Criminalística e a construir da Delegacia da Mulher na Zona Leste.
Marcelo Ramos
A proposta de Marcelo Ramos ainda está em construção, e aponta poucas ações práticas. As ações de governo serão baseadas, segundo o candidato, em “três pilares gerais e transversais”, quais sejam: transparência das ações, eficiência do gasto público e participação popular.
Na perspectiva desses pilares, o PSB propõe a criação de pactos com a sociedade para viabilizar ações que eles dizem apontar para “uma nova política”, um bordão criado pela Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva. Tais pactos são: da educação, da saúde, da segurança pública e da infraestrutura.
No pacto pela educação, uma das propostas concretas do partido é ampliar a escolas de tempo integral em 100%, passado das atuais 44 para 88, para dobrar o número de vagas no Centros de Educação de Tempo Integral.
Chico Preto
O candidato do PMN, Marco Antônio Chico Preto, vende a proposta de “um governo do novo e do vibrante”, mas as ações são ainda mais subjetivas que a de seus concorrentes. “Vamos desenvolver uma política pública que contemple os 62 municípios e que os alcancem de forma integrada”, diz nas primeiras linhas da proposta.
Chico Preto também propõe “um modelo de desenvolvimento complementar ao modelo Zona Franca de Manaus”, mas não chega a expor nenhuma proposta concreta. Tudo será discutido com a sociedade.
O candidato faz diagnósticos sobre a realidade do Amazonas, mas poucos prognósticos.
Herbert Amazonas
O candidato do PSTU, Herbert Amazonas, já é conhecido do público, e suas propostas vão na mesma linha de anos anteriores. Ele quer construir uma oposição socialista, suspender o pagamento da dívida externa e interna (no Estado e na União).
Em resumo, as propostas do PSTU no Amazonas se confundem com as propostas do PSTU nacional, que tem José Maria de Almeida como candidato à Presidência da República.
Os candidatos do Psol, Abel Alves, e do PCB, Luiz Navarro, não apresentaram proposta de governo, ou o TRE ainda não as disponibilizou no site.
Confira abaixo as propostas dos candidatos