Da Redação
MANAUS – Manifestações de homofobia na Ufam (Universidade Federal do Amazonas) mobilizam professores para prevenir possíveis agressões físicas a homossexuais. Nesta quarta-feira, 18, eles promovem no hall do ICHL (Instituto de Ciências Humanas e Letras), no campus da Ufam, às 9h, uma manifestação com o tema ‘Estamos Aqui para Viver: Ufam sem LGBTfobia’.
O protesto é também contra pichações recorrentes com mensagens de intolerância encontradas em diversos espaços da universidade, informou o Conselho de Representantes da Associação dos Docentes da Ufam. A manifestação terá apresentações artísticas e performances do grupo de maracatu ‘Pedra Encantada’, formado por universitários, alguns deles homossexuais, assim como a leitura de um manifesto de enfrentamento à LGBTfobia elaborado pelo Observatório de Violência de Gênero da Ufam.
O caso mais recente de intolerância contra o movimento LGBT no campus da Ufam ocorreu no ICHL com a pichação da frase ‘Morte aos Gays’ na porta de um dos banheiros. O crime, que incomodou representantes da comunidade acadêmica, foi denunciado pelo estudante de Artes Visuais Walter Juur.
Representante do Departamento de Promoção e Defesa dos Direitos da Sejusc, Sebastiana Silva disse que a LGBTfobia nasce na família e leva esse ódio para outros espaços como as instituições de ensino que são abertas ao diálogo, à democracia e à interatividade social. “Pelo senso comum, as pessoas ainda discriminam os LGBTs. Isso vem da nossa sociedade machista, preconceituosa e conservadora que acaba infringindo os direitos deles. Ninguém nasce homofóbico, nós nos tornamos”, disse.
Para a presidente da ADUA, professora Guilhermina Terra, é inadmissível que ataques como o denunciado na semana passado se repitam. “A ADUA repudia toda e qualquer prática discriminatória a qualquer ser humano, pois todos possuem o direito a uma vida digna, independentemente de sua cor, crença, raça, credo e, sobretudo, sexualidade. E, nós, membros de um espaço formador de cidadãos, temos mais uma razão para não permitir que ações desta natureza se tornem uma prática na universidade”, disse.