Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – O professor Ulisses Jacoby Fernandes definiu como ‘eco-pilantras’ todos aqueles que se beneficiam do meio ambiente para obter vantagens. Ele foi um dos conferencistas do 2º Simpósio Internacional Sobre Gestão Ambiental e Controle de Contas Públicas, promovido pelo TCE (Tribunal de Contas do Amazonas), em Manaus. Jacoby Fernandes discutiu entre outras questões o uso de problemas ambientais apenas para discursos com interesses particulares.
Na palestra sobre ‘Controle das Licitações Sustentáveis’, Jacoby aplicou o conceito de ‘eco-pilantra’. Segundo ele, o termo se aplica aos que se servem da legislação para ganhar mais dinheiro, ainda que ilicitamente.
“Eu contei aqui um caso verídico num Tribunal, de uma licitação que comprou papel reciclado e depois da compra foram rasgar o papel e por dentro ele era branco. O fabricante pintou o papel para conseguir aumentar o preço do seu produto”, disse.
O professor também criticou a falsa defesa do meio ambiente por quem fala sem embasamento suficiente e apresentou outro conceito negativo de falso ambientalista, o “eco-chato”.
“O ‘eco-chato’ é aquele que acaba falando meio ambiente de uma forma repetida o tempo todo e esquece de agregar valor estatístico, econômico a isso. Então por exemplo, quanto custa uma árvore? Imagina a queimada de uma floresta como a Amazônia quantos bilhões o Brasil perdeu de natureza”, afirmou.
Conforme o Ulisses Jacoby, os recursos naturais podem e devem ser quantificados de forma precisa, podendo assim, ser contabilizado quanto os danos ambientais causados pelo homem custam aos recursos públicos.
“Quanto vale o meio ambiente? O Tribunal de Contas é para cuidar do patrimônio e o patrimônio da humanidade é o meio ambiente. E existe como você precificar cada árvore, cada arbusto”, diz.
De acordo com Jacoby, esse grupo de pessoas apenas reproduz falas e não protege o meio ambiente na prática. “Então o ‘eco-chato’ fica só repetindo ‘tem que cuidar do meio ambiente’, mas ele próprio não é um exemplo a ser seguido nem pela família, ele só é o ‘eco-chato’” disse.