Da Redação
MANAUS – A mandioca gerou o maior valor de renda já registrado no Amazonas, R$ 949,2 milhões no ano passado, mas, na contramão do bom resultado, a produção agrícola de produtos importantes para o estado como a banana, a melancia, a laranja e vários outros apresentaram queda. Os dados são da Pesquisa Agrícola Municipal 2019, divulgada na quinta-feira, dia 1º, pelo IBGE.
A Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) é uma das principais fontes de estatísticas municipais, levantando informações sobre área plantada, área destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio obtido e valor da produção das culturas temporárias e permanentes, com informações relevantes para os planejamentos público e privado desse segmento econômico, bem como para a comunidade acadêmica e o público em geral.
Em 2019, o valor total da produção agrícola da lavoura temporária no Amazonas foi R$ 1,17 bilhão (2% maior em relação ao ano anterior), com 92,3 mil hectares de área colhida. Os principais produtos em termos de valor de produção foram a mandioca, com R$ 949,2 milhões; o abacaxi, com R$ 115,4 milhões; a melancia, com R$ 69,6 milhões; a soja, com R$ 9 milhões; e a batata-doce, com R$ 7,0 milhões.
Em termos de quantidade produzida, a mandioca é o principal produto da lavoura temporária, com 876,4 mil toneladas. Outros produtos como o abacaxi, com 72,3 mil toneladas produzidas, e a melancia, com 53,7 mil toneladas, também foram destaques de produção no Estado.
Na série histórica dos últimos cinco anos (2015-2019), para aqueles produtos que mais se destacaram, a produção de mandioca de 2019 (876,4 mil toneladas) foi superior à produção de 2015 (801,3 mil toneladas), assim como a produção de abacaxi de 2019 (72,3 mil toneladas) foi superior à produção de 2015 (69,1 mil toneladas). Quanto à soja, é o primeiro ano em que a produção é registrada no Amazonas, e esta alcançou 7,5 mil toneladas, com a produção do município de Humaitá. Em compensação, outros produtos apresentaram queda na quantidade produzida de 2015 para 2019. As quedas que mais se destacaram foram a da juta, milho, arroz, feijão, batata-doce, malva, melancia e melão.
Abacaxi
Em 2019, no Amazonas, a produção de abacaxi atingiu 72.314 toneladas, crescimento de 5,1% em relação a 2018, quando a produção foi de 68,612 toneladas. Os cinco municípios com maior produção de abacaxi no Estado foram Itacoatiara (52.800 t.), Careiro da Várzea (7.600 t.), Tefé (1.240 t.), Careiro (1.050 t.) e Humaitá (880 t.).
Melancia
Ao contrário da produção de abacaxi, a produção de melancia apresentou queda de 2018, quando atingiu 69.967 t., para 2019, quando atingiu 53.757 t., ou seja, queda de 21,4% de um ano para o outro. Em 2019, no Amazonas, os cinco municípios que mais produziram melancia foram Manacapuru (6.200 t.), Manicoré (5.100 t.), Careiro (3.600 t.), Novo Aripuanã (3.000 t.) e Codajás (2.500 t.).
Cereais
Em 2019, a safra do grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas, que no Amazonas, é concentrada na produção de arroz, feijão, milho e, de modo mais recente, na soja; vem apresentando queda na produção de arroz e milho, e alta na produção de feijão e soja. Em 2019, enquanto o arroz (em casca) apresentou produção 10,1% inferior ao ano anterior, de 1.224 toneladas em 2018, para 1.100 toneladas em 2019, e o milho, produção de 6.683 em 2019, frente a 8.114, em 2018 (queda de 17,7%), o feijão (em grãos) apresentou produção superior, partindo de 1.324 toneladas em 2018, para 1.432 toneladas em 2019 (acréscimo de 7,6%).
Observou-se, nesse grupo, a soja, cuja produção aparece pela primeira vez na pesquisa. No total, 7.500 toneladas do produto foram produzidas no Amazonas, mas especificamente no município de Humaitá.
Quanto ao açaí, o Amazonas produziu 67.757 toneladas, em 2019, 8,1% a mais em relação a 2018 (62.329t.). A maior produção foi a de Codajás (55 mil toneladas), seguida pela produção de Humaitá (2.700 toneladas), Caapiranga (1.600 toneladas), Tapauá (1.250 toneladas) e Alvarães (1.100 toneladas). No total, 31 municípios do Amazonas produzem açaí.