Da Folhapress
SANTOS – Em meio à pandemia do novo coronavírus, os clubes brasileiros conversam entre si para trocar ideias e chegar a uma definição sobre quais as melhores estratégias a serem tomadas a partir daqui.
Uma das prioridades entre agremiações é não mexer na atual forma de disputa do Campeonato Brasileiro. Na visão de Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, a principal competição do calendário nacional deve seguir com a mesma fórmula, mesmo que, para isso, “seja necessário ajustar o tempo”.
“Os clubes estão conversando como nunca. Há uma integração grande. A prioridade é a manutenção da atual forma de disputa do Brasileirão. Mesmo que seja necessário ajustar o tempo. A prioridade é essa. Tem os desafios de finalizar os regionais, a Copa do Brasil e de alinhar isso com o calendário da Conmebol. Acredito que até o final de abril teremos um desenho mais exato sobre quando vamos poder voltar”, disse em entrevista ao Troca de Passes, programa do canal SporTV.
Segundo o mandatário tricolor, apenas reduzir os salários dos jogadores não vai aliviar o caixa dos clubes. “A gente tem se debruçado nas últimas semanas sobre uma revisão completa de todo nosso planejamento financeiro, que vai além de uma discussão de uma repactuação de salários com os atletas. […] Mas quem achar que com redução de parte do salário dos atletas vai conseguir se equilibrar financeiramente está errado. O Bahia está fazendo todo um planejamento estratégico, que inclui um redesenho financeiro de 2020 e 2021 porque entendemos que isso não vai durar dois ou três meses, mas que vai mudar a forma de os clubes brasileiros, no curto prazo, lidarem com planejamento financeiro”, acrescentou.
Ainda de acordo com Bellintani, o futebol ainda vai demorar para voltar ao estágio que estava antes do início do coronavírus. “Não adianta a bola voltar a rolar apenas. O que sustenta o futebol não vem só de dentro, vem de toda uma configuração econômica que diz respeito ao país. Isso tem a ver com o país e com o mundo. A disponibilidade de receitas das empresas para investir no futebol. As empresas devem procurar investimentos com retornos de curto prazo, a princípio. Não vai adiantar a bola voltar a rolar para que o futebol volte a se equilibrar financeiramente. E o déficit criado nesses dois, três meses vai ser imenso. Os clubes brasileiros já trabalhavam no limite, e a tendência é que o limite seja levado às últimas consequências. O futebol vai demorar a voltar ao estágio em que estava pré-coronavírus.”