Da Redação
MANAUS – O primeiro frigorífico para abate de jacaré no Amazonas deve começar a funcionar em janeiro de 2020 em Uarini (a 565 quilômetros de Manaus). O estabelecimento tem a capacidade para produzir 200 quilos de carne de jacaré, equivalente ao abate de 30 animais por dia. Serão comercializadas carcaças inteiras frescas e cortes, sobrecoxas e coxas, caldas, costelas e dorsos. A pele também será comercializada para industrialização.
O beneficiamento será feito pela Empresa Plantar, que foi autorizada pelo Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas). Atualmente, o manejo comercial de jacarés no Amazonas está regulamentado pela resolução nº 08 do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cemaam), de 27 de junho de 2011, que estabelece procedimentos técnicos. Será permitido o abate apenas de animais das Unidades de Conservação de Uso Sustentável do Estado do Amazonas (UCs).
“O mais relevante dessa planta é que nós estamos em um trabalho de equipe e estamos blindando uma estrutura, que vai favorecer essa nova cadeia produtiva e as nossas comunidades beneficiárias”, comentou o pesquisador do Instituto Mamirauá, Robinson Botero.
A estimativa é que sejam empregados aproximadamente 54 funcionários na produção e administração técnica das atividades de captura e no processamento. As espécies que serão abatidas serão os jacaré-açu (Melanosuchus niger) e jacaretinga (Caiman crocodilos). Os produtos serão comercializados em frigoríficos, supermercados, restaurantes, hotéis-pousadas e feiras devidamente regulamentadas.
Para o diretor-técnico cientifico do Instituto Mamirauá, Emiliano Ramalho, o abatedouro de jacaré é mais uma estratégia de uso de recursos de maneira sustentável que está sendo implementada na reserva em parceria com as comunidades. “Essa estrutura de abate remoto vai permitir com que eles façam de maneira adequada o manejo do jacaré. Possivelmente, faremos em janeiro o primeiro abate com comercialização dos animais que estão sendo pescados”, disse.