MANAUS – O governador José Melo (Pros) anunciou, na manhã desta segunda-feira, 17, que as forças de segurança do Estado solucionaram o caso de assassinato da líder comunitária Maria das Dores Salvador Priante, de 40 anos, assassinada a tiros no último dia 13 de agosto, no município de Iranduba. O anúncio foi feito durante o lançamento do Plano Safra, evento realizado no Centro de Convenções Vasco Vasques, na zona centro-oeste de Manaus.
De acordo com informações que chegaram ao governador minutos antes do evento, após investigações da Secretaria Executiva de Inteligência (Seai) e com apoio da Policia Civil, Adson Dias da Silva, suspeito de ser o autor do crime, foi preso nesta manhã e está sendo ouvido na delegacia de Manacapuru.
Na última sexta-feira, o delegado-geral da Polícia Civil do Amazonas, Orlando Amaral, informou ao AMAZONAS ATUAL que a instituição criou uma força tarefa para investigar a morte da líder comunitária. Maria das Dores foi assassinada com 13 tiros. Familiares e amigos dizem que ela foi executada após denunciar a ação de grileiros e o envolvimento de agentes públicos na venda ilegal de terras na comunidade Portelinha, no município de Iranduba.
“A morte dela aponta para todos os indícios de execução, mas não estamos descartando nenhuma linha de investigação. Para acelerar a apuração do crime, criamos uma forçatarefa formada pelos membros da DRCO (Departamento de Repressão ao Crime Organizado), DRS (Divisão Repressão ao Sequestro) e as Delegacias Especializadas dos municípios de Iranduba e Manacapuru. Acredito em breve teremos informações novas sobre esse caso”, afirmou Amaral.
Maria das Dores foi retirada à força de casa na noite da última quarta-feira (12) por um grupo de homens armados. No dia seguinte, o corpo dela foi encontrado com marcas de tiros, no Km 52 da Rodovia AM-070, que liga Iranduba a Manacapuru.
A vítima já havia registrado três BOs (boletins de ocorrência), sendo dois por ameaça e um por injúria na Delegacia de Polícia do município. Entre os acusados por Maria das Dores nos BOs estava Adson Dias da Silva, que foi apontado como principal suspeito do assassinato, segundo a Polícia.
De acordo com o delegado Orlando Amaral, Adson já havia sido preso, no mês passado, na operação “Duas Caras” da Polícia Civil, realizada na comunidade Portelinha por suspeita de venda ilegal de lotes de terras, porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. “Ele foi apontado como um dos suspeitos, mas estamos investigando outros nomes”, disse.
Chamou a atenção da polícia a forma cruel como a líder comunitária foi assassinada. Ela foi encontrada com as mãos amarradas com uma braçadeira plástica e marcas de agressão pelo corpo. Três tiros atingiram a cabeça, um acertou o pescoço, quatro o abdômen e cinco os membros inferiores.