Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), enviou projeto de lei à CMM (Câmara Municipal de Manaus) para emprestar até R$ 470 milhões do Banco do Brasil. Conforme o projeto, os recursos serão usados para obras de melhoria da infraestrutura da capital amazonense.
Entre as prioridades na mobilidade urbana citados por Almeida estão as interligações das avenidas Brasil e Coronel Teixeira; Djalma Batista, João Valério e Rua Pará; Efigênio Sales e Governador Lindoso; e André Araújo, Humberto Calderaro e Rua Salvador. Ele também cita uma intervenção entre o Complexo Viário Gilberto Mestrinho, a ‘bola do Coroado’, e Avenida Rodrigo Otávio
O empréstimo, com garantia da União, terá prazo de 180 meses, ou seja, 15 anos, com carência de 12 meses. O dinheiro será aportado pelo FMDU (Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano), cujos recursos podem ser destinados a programas habitacionais e sistema de transporte coletivo público.
Na justificativa, o prefeito afirma que o pacote de restrições adotadas pelo Governo do Amazonas no combate a pandemia de Covid-19 “praticamente parou” a economia de Manaus, refletindo diretamente na arrecadação municipal, perdendo drasticamente a capacidade de investimentos.
De acordo com David, mesmo com esse cenário, as obras continuaram graças a operações de créditos firmados pelo ex-prefeito Arthur Neto (PSDB). Ele cita a restruturação do antigo Hotel Cassina, reformas de mercados municipais e a construção do Velódromo e do Street Park.
David afirma ainda que, em meio à pandemia, a prefeitura não pode deixar de investir na saúde, assistência social e educação, mas também “demandam atenção e senso de urgência” as áreas de infraestrutura, mobilidade e meio ambiente.
“Se virar nos 30”
Em dezembro de 2020, o prefeito disse que teria que “se virar nos 30” para administrar a capital amazonense com orçamento fixado em R$ 5,5 bilhões, ou seja, R$ 600 milhões menor do que em 2019. Almeida citou que a prefeitura começaria a pagar os empréstimos firmados pela gestão de Arthur Neto, entre eles um de 150 milhões de dólares contratado em 2016.
O empréstimo foi feito por Arthur junto ao Bird (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento) no ano 2016, após autorização do governo federal. O contrato definiu que o pagamento ocorreria em 24 anos, tendo cinco anos de carência e 19 anos para amortização do empréstimo, com juros de 3,85% ao ano.
Também em dezembro do ano passado, David também disse que a prefeitura tinha dívida ativa de R$ 7,3 bilhões e que ele estava estudando negociar o valor com o Branco do Brasil que, segundo ele, tinha interesse na recuperação. “Juntamente com a Procuradoria, vamos ver o que é possível fazer, se conseguimos acessar alguns desses recursos”, afirmou Almeida.