Da Redação
MANAUS – A Prefeitura de Coari (AM) divulgou nota nesta terça-feira, 19, em que culpa a SES-AM (Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas) pela falta de oxigênio e, consequentemente, pela morte de sete pessoas que estavam internadas no Hospital Regional de Coari.
Também em nota, a SES-AM esclarece que mobilizou a estrutura da secretaria e prefeitura de município vizinho para atender à demanda por oxigênio em Coari, mas houve falhas desde a entrega pela empresa que fornece o produto até no transporte para o município.
A Prefeitura de Coari diz, na note, que 200 cilindros de oxigênio do município estão retidos pela SES-AM, a maioria aguardando abastecimento e outra parte está em uso nas unidades de saúde da capital.
Na segunda-feira, de acordo com a Prefeitura de Coari, representantes da secretaria municipal de Saúde e do Hospital Regional receberam da SES-AM a confirmação do envio de 40 cilindros, previsto para chegar até 18h, o que não correu. “O voo passou direto para o município de Tefé, ficando impossibilidade de retornar a Coari, uma vez que, no momento, o município não opera voos noturnos”, diz a nota.
A SES-AM informou que por um atraso por parte da empresa White Martins em liberar os cilindros iriam para Coari, não foi possível levar o oxigênio em voo direto, considerando que o aeroporto da cidade não opera à noite.
Por conta disso, os cilindros foram enviados para o município Tefé e, de lá, seguiriam de lancha até Coari, numa cooperação com a Prefeitura de Tefé, mas houve um novo atraso na saída da embarcação, o que contribuiu para que o oxigênio não chegasse a tempo.
Abaixo, as notas de Coari e da SES-AM.
NOTA DE ESCLARECIMENTO – SES-AM
“A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) lamenta o ocorrido no município de Coari. A SES-AM informa que, por opção do município, o sistema de saúde na cidade é independente, sendo a gestão plena da Prefeitura Municipal. Ainda assim, o Governo do Estado nunca se furtou de auxiliar a administração local, entre outras coisas, com o fornecimento de oxigênio.
Nesta segunda-feira (18/01), por um atraso por parte da empresa White Martins em liberar os cilindros que seriam enviados de Manaus para Coari, não foi possível levar o oxigênio em voo direto, considerando que o aeroporto da cidade não opera à noite.
Para garantir que a cidade não ficasse desabastecida, por articulação da Secretaria de Estado de Saúde, os 40 cilindros foram enviados em voo para Tefé, para que de lá a carga fosse transportada de lancha para Coari.
A transferência dos cilindros de lancha para Coari foi alinhada com a cooperação da prefeitura de Tefé e, de acordo com a Secretaria Executiva Adjunta do Interior, da SES-AM (SEAI-SES/AM), houve um novo atraso na saída da lancha para Coari, o que contribuiu também para que a chegada do material não ocorresse no tempo necessário.
Entre repasses federais e estaduais para investimento em saúde em 2020, Coari recebeu R$ 17,8 milhões. Somente do FTI, foram R$ 2,3 milhões.
A SEAI-SES/AM destaca que nesse cenário de pandemia é fundamental a colaboração de todos os atores do Estado, inclusive dos gestores municipais.
O Estado do Amazonas segue empregando todos os esforços para equacionar a dificuldade de logística e de abastecimento de oxigênio da empresa White Martins. Ao mesmo tempo em que está unindo esforços para transportar cilindros de oxigênio para todo estado.
As entregas e envios seguem ocorrendo diariamente para os municípios do interior, seja por envio terrestre, aéreo ou em retirada pelos municípios na sede do patrimônio da SES, localizada na Central de Medicamentos.”