Da Redação
MANAUS – O prefeito de Manaus, David Almeida, disse que notificou o consórcio formado pelas empresas J Nasser Engenharia e Construtora Soma, responsáveis pela construção do complexo viário Professora Isabel Victória, na Avenida Max Teixeira, zona norte, por terem aberto o viaduto do Manôa para o tráfego sem a conclusão dos reparos na obra. Em entrevista na manhã desta quinta-feira, Almeida informou que apenas um lado do viaduto teve as correções concluídas.
Na terça-feira, 20, veículos estavam trafegando pela passagem e agentes de trânsito precisaram fechar o local novamente. “Do lado leste (sentido bairro-Centro) as correções foram feitas. E aqui do lado oeste, que era para ser feito exatamente o que aconteceu do lado leste, simplesmente na última terça-feira a empresa desmobilizou a obra e abriu para o tráfego. Imediatamente nós fechamos”, disse David.
O prefeito afirma que a inclinação do viaduto está fora dos limites de segurança. “Existe a necessidade do prolongamento da rampa oeste para que diminua a inclinação de 12% para o limite tolerável de 9% conforme as normas técnicas para que a gente possa com segurança liberar o tráfego”, disse.
De acordo com o prefeito, o consórcio mudou as especificações técnicas para entregar a obra como está. “Ele falou uma coisa e assinou outra. Ele disse que ia fazer com 9% (de inclinação) e entregou com 12%. A velocidade era até de 50 km/hora, ele baixou para 40km/hora. Palavras se perdem, está aqui o documento que ele assinou. Ele não cumpriu”, disse.
David Almeida disse que apenas veículos de pequeno porte conseguem passar. “Carro pequeno passa. Como é que gastar R$ 48 milhões e eu não vou permitir que os ônibus passem pelo viaduto? Então, a obra se torna ineficiente”, disse.
O prefeito afirma que notificou as empresas para que ainda nesta quinta-feira discutam um novo prazo para a retomada das obras. David diz que tentará resolver por uma negociação amigável, mas caso isso não ocorra, recorrerá à Justiça. “No mais é dizer que não vamos abrir ainda para o tráfego, vamos procurar conversar mais uma vez com o consórcio. Caso não aconteça, as sanções cabíveis serão aplicadas”, disse.
O prefeito afirma que não é possível permitir que os gastos com o viaduto sejam perdidos em um momento ruim para a arrecadação. “Estamos passando por momentos difíceis com relação à arrecadação e eu não vou deixar passar, por exemplo, obras como essas”, disse.
De acordo com David, o dono de uma das empresas chegou a atribuir as dificuldades para inauguração do viaduto a questões políticas. “Causou-me surpresa, à nossa equipe toda, um dos donos das empresas afirmar que seria um problema político. Como eu posso afirmar que é um problema político se eu assinei, se ele assinou um documento técnico”, disse.