Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O prefeito de Manacapuru, Beto Dangelo, classificou de “manobra esdrúxula” o pedido de impeachment contra ele apresentado na câmara dos vereadores pelo advogado Euler Barreto. A denúncia foi arquivada na última quarta-feira, 18, pela base do prefeito que alegou falta de provas.
“Foi uma manobra esdrúxula. Existe uma insanidade em tudo isso. Se fosse um homem que estivesse lá há anos para trabalhar a favor do povo…”, disse o prefeito, em entrevista ao ATUAL na tarde dessa terça-feira, 24. Euler fez a denúncia acompanhado de Kennedy Dangelo, irmão de Beto Dangelo.
Na denúncia, o advogado citava cinco atos de improbidade administrativa que considerou como consistentes para caçar o mandato do prefeito de Manacapuru. Por 13 votos a 2, os vereadores decidiram arquivar o pedido de impeachment argumentando que não havia provas suficientes para dar prosseguimento a ação. prefeito tem maioria no legislativo municipal.
Bons e os ‘mais ou menos’
Ao ser questionado sobre a atuação de Kennedy Dangelo por trás da denúncia, o prefeito afirmou: “Na família tem os bons e os mais ou menos, vamos assim dizer. Eu não posso me apegar a isso. Não posso parar para entrar nesses pormenores. Tem muita coisa pra fazer pela cidade. Eu não posso perder meu tempo com isso. Manacapuru é grande. Quem governa tem que ser grande. Se você descer para as discussões menores, você coloca toda uma cidade em cheque, o futuro de um povo que precisa muito que a gente possa fazer um trabalho de continuidade”.
Mototaxistas
Sobre o impasse com os mototaxistas, Beto Dangelo afirmou que há uma desconfiança com a legalização dos serviços. A prefeitura lançou, em 2017, um edital de licitação com mil vagas, mas apenas 571 se inscreveram. “Eles optam por ficar nas esquinas desconfiados em relação se vai pra frente ou não e deixam de fazer o processo seletivo. Nós não estamos tirando ninguém, nós estamos chamando para organizar”, afirmou Dangelo.
No dia 12 deste mês, mototaxistas licenciados protestaram em frente ao Intrans (Instituto Municipal de Trânsito) contra a falta de fiscalização e o aumento de casos de assaltos envolvendo homens vestidos de mototaxista. Um dia depois, a prefeitura realizou blitz e apreendeu 40 motocicletas não licenciadas, o que causou um novo protesto em frente ao Intrans. Após reunião, a prefeitura decidiu abrir nova licitação.
Ponte Rio Negro
Para o prefeito, Manacapuru não foi preparada para as mudanças causadas pela construção da Ponte Rio Negro. Segundo ele, houve extinção de profissões e enfraquecimento do comércio. “Foram extintas profissões e há uma evasão de divisa muito grande porque as pessoas estão deixando de comprar no município e estão vindo comprar na capital”, disse.
A saída econômica encontrada para manter o município é o setor primário. Segundo o prefeito, a falta de infraestrutura impossibilita Manacapuru de ter o polo industrial e o ‘minidistrito’. “Nós temos um trabalho feito pra esse setor que tem dado muito certo. Temos duas fábricas de laticínios pronta para inaugurar, mas com déficit no leite. Então, é até meio triste por isso. Mas estão lá prontas para inaugurar. Isso vai gerar emprego na fazenda e na fábrica”, disse.