Vice-prefeito criticou o prefeito de Manaus em evento do PPS que oficializou a aliança do partido em torno da candidatura de Eduardo Braga
MANAUS – Ao anunciar a aliança do PPS com o PMDB em torno da candidatura de Eduardo Braga ao Governo do Amazonas, o vice-prefeito de Manaus, Hissa Abrahão, mirou o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB), a quem acusou de tentar desqualificar e isolar o partido. Em tom de desabafo, Hissa disse que ajudou a eleger o prefeito Arthur em 2012, trabalhou muito para melhorar a cidade de Manaus em um ano no comando da Secretaria Municipal de Obras, e que só colheu ingratidão da parte do chefe do Executivo.
“Eu só ajudei o atual prefeito. Eu ajudei ele a ganhar a eleição. Eu ajudei ele a melhorar Manaus. E o que eu recebi? Por que eu tenho vontade política? O meu único erro é o que? É externar o meu ímpeto jovem? A minha vontade jovem? O meu único erro é esse? Por que eu almejo um dia ser um governador, ser um prefeito? Foi o meu único erro esse?”
Hissa lembrou que foi demitido por uma emissora de rádio da secretaria e que ficou isolado depois da demissão, na vice-prefeitura, sem os aliados do partido que tinha na Seminf. “Precisava uma demissão pública? Precisava me desqualificar de dezembro até ontem? Precisava me excluir, demitir pessoas do PPS que ganhavam R$ 800, R$ 1.000 porque eram meus amigos e que nós colocamos porque eram pessoas que ajudaram ele a chegar no poder, precisava? Vocês sabem que não. Nós só ajudamos.”
O vice-prefeito foi procurador por Arthur, de acordo com um dos membros da executiva estadual do PPS, para que disputasse o governo do Estado, com o objetivo de ajudar a candidatura de José Melo, a quem Arthur apoia. Com Hissa na disputa, Arthur avaliava que Melo teria mais chances de levar a eleição para o segundo turno. Segundo essa fonte, Arthur teria oferecido “estrutura” para a campanha de Hissa, que respondeu que não queria estrutura, mas o apoio do tucano.
No desabafo, o vice-prefeito chegou a dizer que Arthur fez sua família se deteriorar e disse que quase entra em depressão. “É claro que dentro de uma relação de parceria, desentendimentos acontecem. Mas não precisava tanto. Não precisava aquela vontade de me massacrar, de me pisar, de me pisotear, de fazer minha família se deteriorar. Não precisava”. E completou: “Eu tinha duas opções, em janeiro de 2014: ou eu me entocava em casa, me afogava na depressão, ou saía de casa, ia visitar o Amazonas, trabalhar muito, apresentar as novas ideias, apresentar o partido e voar. Quis Deus que nós jogássemos a depressão para fora com as bênçãos de Deus, e quis Deus que nós voássemos. Porque tentaram fazer com que esse partido chegasse a essa altura do campeonato isolado, massacrado, pisoteado. E esse partido chega a essa altura do campeonato mais forte do que nunca e preparado para o que der e vier.”
A Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) prometeu consultar o prefeito Arthur Virgílio Neto sobre as críticas de Hissa e se o prefeito irá respondê-las.