Da Redação
MANAUS – Auto-declarado pré-candidato de Jair Bolsonaro ao Senado Federal pelo Amazonas e ex-superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, conhecido como Coronel Menezes, defendeu o Decreto 10.979/2022, em vídeo divulgado na segunda-feira (28).
O decreto reduziu de forma linear o IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) em 25% para todas as indústrias intaladas no país. Para Menezes, a Zona Franca de Manaus e seus incentivos, garantidos pela Constituição Federal, sempre serviram de pauta para “políticos oportunistas”. E o decreto não significa o fim do modelo econômico.
Menezes disse que o Brasil precisa crescer, reaquecer a sua economia e gerar novos empregos e oportunidades.
“Essa redução [do IPI] não representa o fim da Zona Franca de Manaus como alguns políticos amazonenses oportunistas estão falando. Na realidade, a Zona Franca de Manaus sempre foi usada como terrorrismo político. Estamos em período pré-eleitoral”.
Coronel reformado do Exército Brasileiro, Menezes disse que o modelo funcionou bem até passar a ser usado com finalidades políticas.
“Esse modelo foi criado pelos militares há 55 anos, baseado na defesa, desenvolvimento e soberania, para gerar emprego e renda. E é o único que temos e que funcionou bem até o momento em que os políticos locais começaram a usá-lo como moeda de troca de voto sob a narrativa de defesa do modelo”.
Na análise do ex-superintendente, a falta de empenho de governos passados em buscar uma nova alternativa econômica para o Estado criou a situação de dependência e necessidade permanente dos incentivos para as indústrias instaladas em Manaus.
“O presidente Bolsonaro e ministro Paulo Guedes não podem pagar a conta da falta de comprometimento dos nossos governantes pretéritos em criar outros vetores de desenvolvimento econômico. O Amazonas precisa desenvolver suas potencialidades. Vamos ficar aguardando por mais 50 anos de braços cruzados?”, indagou Menezes.
“O Amazonas é muito rico para ficar dependente de três letras, o IPI, e da chantagem política de certos atores para manter seus interesses políticos e pessoais ao invés de construir outras matrizes econômicas que são a vocação de nosso Estado”, afirmou o ex-gestor da Suframa.
Menezes defende que os municípios amazonenses precisam de mais desenvolvimento. “A nossa riqueza está no interior que precisa fazer parte da solução econômica tanto quanto Manaus. Precisamos de inovação tecnológica, investimentos em infraestrutura, turismo, bioeconomia, riquezas minerais e psiculturas, além do agronegócio”.
“A solução momentânea está sendo construída”, disse, lembrando que “neste ano, temos a opção de escolher os políticos que irão ter este comprometimento de implementar novos vetores econômicos complementares ao único existente”.
Essa promessa de criar novas matrizes econômicas para o Estado deixar a dependência da Zona Franca de Manaus não é nova. Em toda a eleição, os políticos prometem a mesma coisa, mas nada é feito para mudar a realidade.
O próprio governo federal na gestão do presidente Jair Bolsonaro, em 2020, tinha um projeto de desenvolvimento para a região, que incluía o CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia), mas nenhum passo foi dado até aqui para concretizar a ideia.