Por Teófilo Benarrós de Mesquita, do ATUAL
MANAUS – Há 12 anos, as corridas de rua mudaram a vida da policial militar Silvia Bitencourt dos Reis, 51 anos. Ao procurar preparação adequada para concurso interno da PM-AM (Polícia Militar do Amazonas), ela entrou em um mundo sem volta e tornou-se atleta amadora de corridas de rua. De lá para cá foram 88 pódios, uma participação na tradicional Corrida de São Silvestre, em São Paulo; duas maratonas (Goiânia e Florianópolis) e 21 meia maratonas – 14 em Manaus, 3 em Goiânia, 3 no Rio de Janeiro e uma em Porto Alegre.
Mãe de três filhos, casada, e aposentada, Silvia não parou de correr. “Eu costumo dizer que a prática esportiva mudou a minha vida e também a vida da minha família e de muitas pessoas que começaram a praticar esporte porque se inspiraram e até hoje se inspiram em mim”, diz a corredora. Dois filhos correram atrás da mãe, literalmente.
Formada em psicologia com especialização em gerontologia e dependência química, Silvia diminuiu o ritmo e pretende se dedicar, nas próximas competições, a corridas de distâncias menores.
“Eu acredito que a nossa vida é vivida em etapas, fases. E cada uma dessas etapas ou fases devem ser vividas intensamente, porque com o passar das fases muitos processos não voltam, já passaram. Pensando por essa lógica, decidi encerrar o ciclo de corridas de longas distância. Recentemente fiz a minha 21° Meia Maratona, e escolhi Porto Alegre para realizar a mesma e fechar este ciclo. Atualmente, cumpro uma planilha de treinos semanais bem leve, em relação às anteriores. Minha meta é ficar nos percurso das corridas curtas de 5 quilômetros e 10 quilômetros”, afirma.
“Quando precisei me preparar para concurso interno da Polícia Militar, procurei um colega, profissional da área de educação física, Mário Marques. E reafirmo a grande importância de sempre procurar a orientação de um profissional da área antes de iniciar neste processo”, afirma.
Mário Marques é seu treinador até hoje. “Sou muito grata ao Mário Marques, principalmente por me fazer acreditar que eu poderia ir muito além do que treinar para um concurso”.
Silvia venceu a primeira prova que disputou, a Corrida da Infantaria de 2013, categoria militar, percurso de 5 quilômetros. “Sem imaginar ou pensar em pódio, conseguimos um excelente resultado, o primeiro lugar”, disse. Ela também venceu a primeira maratona que disputou, em Goiânia, em 2016.
Nova geração
A paixão pelas corridas contagiou os filhos. O mais velho, João Guilherme da Silva Machado Júnior, hoje com 25 anos, começou a correr na adolescência e a exemplo da mãe é frequentador de pódios. Aos 20 anos fez sua primeira participação em maratona.
Com João Guilherme, Silvia disputou as Maratonas de Goiânia, e a Meia Maratona do Rio de Janeiro, além de duas provas da categoria em Manaus. Porém, a grande lembrança de Sílvia foi quando eles subiram a Serra do Tepequém (Roraima) ano passado. Os dois estavam no pódio, em suas categorias por faixa etária.
Gabriel Bitencourt Machado, 13 anos, começou mais cedo e participa de corridas kids desde os 3 anos. “Recentemente, ele venceu duas provas: uma em Recife e outra promovida pela Marinha”, diz Sílvia sobre o filho caçula.
“Sou muito grata a Deus por esse legado. Acredito ser inspiração em especial aos meus filhos, que também são atletas e ja conhecem o gostinho dos pódios, porque já tiveram suas conquistas e também estão construindo seu legado”, diz. “Sempre me acompanharam nos treinos e nas corridas e viagens”.
Aposentada, Silvia desempenha trabalho voluntário na diretoria da AGCoram (Assessoria dos Grupos de Corrida de Rua de Manaus).