Da Redação
MANAUS – Policiais civis paralisaram o trabalho em três delegacias de Manaus, nesta sexta-feira, 6. A greve é de advertência. O atendimento ao público foi suspenso no 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Praça 14 de Janeiro; no 2° DIP, no bairro São Lázaro; e 3° DIP, em Petrópolis. Apenas os flagrantes serão registrados. A partir da próxima semana, outros três DIPs terão as atividades suspensas em sequência.
A medida é para pressionar o governo do Estado a pagar a terceira parcela da promoção (reescalonamento) dos policiais. O governador José Melo suspendeu o pagamento este ano. Ele alegou que não há dinheiro para este fim. A promoção foi garantida em lei estadual aprovada em 2014.
“Nós vamos alertar a sociedade sobre uma possível paralisação da categoria, como manda a lei. Vamos convocar uma assembleia e quando deliberarmos pela paralisação, iremos comunicar à sociedade dentro com o prazo de 72 horas de antecedência. Até o dia 16 vamos fazer paralisações setoriais”, disse Moacir Maia, presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Amazonas (Simpol).
“O secretário de Fazenda já tinha confirmado que havia recursos para pagar o salário dos policiais. A própria Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) encaminhou uma emenda no orçamento do Estado garantindo o pagamento mediante os recursos da repatriação, através de um acordo feito entre a União e os Estados, em cumprimento da lei 4059/2014”, disse o policial.
A Lei 4.059/2014 prevê o pagamento do escalonamento da Polícia Civil de 2014 até 2018, dividindo os pagamentos em quatro parcelas. “Foram pagas duas parcelas. Falta cumprir a lei agora em janeiro de 2017. A parcela é menos de R$ 4 milhões. Menos também do que as indenizações que o governador determinou para pagar as famílias do massacre da Anísio Jobim”, disse Moacir, referindo-se ao assassinato de 56 presos na penitenciária de Manaus.
Moacir disse que os policiais podem sim, fazer greve, desde que seja ordeira e comunicada com antecedência. “Somos trabalhadores comuns. Não podemos fazer movimentações armadas, que é proibido pelo Supremo Tribunal Federal. Mas greve, podemos porque é um direito assegurado a todos os trabalhadores do Brasil pela Constituição Federal. E os policiais civis são trabalhadores” disse.
Atualmente, o Estado tem 2,5 mil policiais civis.
Saúde
Além das movimentações da polícia civil, trabalhadores da área de saúde realizaram manifestação em frente à sede do governo, na manhã desta sexta-feira, para reivindicar melhorias salariais. Foram os trabalhadores terceirizados das empresas Maxplan, que trabalham no Hospital e Pronto-Socorro da Criança, Hospital Pronto Socorro João Lúcio. Eles reivindicam o pagamento de cinco meses de salários atrasados, férias e décimo terceiro de 2015 e 2016.