Da Redação
MANAUS – Em assembleia realizada na manhã deste sábado, 16, no Clube dos Sargentos, Subtenentes e Oficiais, representantes da polícia e bombeiros militar decidiram abrir diálogo com o governador Amazonino Mendes e com os deputados estaduais. Segundo eles, esse é o único caminho para que o reajuste salarial da categoria não seja perdido.
Na última quinta-feira, 14, o governador Amazonino Mendes vetou as emendas aprovadas pelos deputados estaduais que alteravam a proposta de reajuste salarial dos policiais e bombeiros militares. Os deputados de oposição disseram que vão derrubar o veto e alegaram que o Estado tem condições financeiras para cumprir o que estabelece o projeto aprovado, sem afetar as contas públicas.
Na assembleia realizada neste sábado, o Sargento Pereirinha, representante dos sargentos, disse que a atuação dos deputados atrapalhou a conquista de reajuste salarial da categoria. “Já era para termos recebido a data-base desde abril. A emenda feita pelos deputados nos gerou um prejuízo grande em função dessa politicagem que existe na assembleia legislativa. Entre a maré e o rochedo quem se ferra é a sardinha. Nesse caso, nós somos a sardinha”, disse Pereirinha.
O soldado Gerson Feitosa, representante dos praças da PM, disse que já esperava pelo veto. Segundo ele, durante as negociações, o governador Amazonino Mendes havia afirmado que não cederia reajuste acima de 4,25%. “A parte que eu não entendi foi que ele vetou UEA, PM e Saúde. Só que nessas outras categorias ele vetou parcialmente, e no projeto da PM, ele vetou tudo. Isso significa que como ele vetou tudo, o projeto, se não for derrubado o veto, acabou. Não tem aumento salarial”, disse Feitosa.
Segundo o soldado, se o veto for derrubado, o governo entrará com uma Adin e o processo judicial atrasará de 3 a 6 meses o pagamento da remuneração reajustada.
“Se os deputados aprovarem a derrubada do veto, teremos no mínimo de 3 a 6 meses para que se defina a data-base, por conta da espera pela decisão judicial”, disse.
O soldado definiu a atuação dos deputados como “mais uma tentativa sórdida de em ano eleitoral prejudicar o processo para apostar no cenário”. “Quanto pior, melhor. Eles queriam a perspectiva de não haver data-base. Fica parecendo que a PM foi feita de lesa. A vontade é fazer com que o projeto ficasse travado, impossibilitando o aumento, para favorecer candidato A e B”, disse o soldado.
O Igor Silva, também representante dos sargentos, disse que “os políticos só queriam fazer politicagem” ao alterar o projeto. “Se não temos hoje o reajuste é graças a eles. Se continuar essa briga, vamos para seis anos sem data-base”.